A Goiânia europeia do alucinado Paulo Garcia
O prefeito Paulo Garcia nasceu, cresceu e 50 anos depois administrou a cidade errada. Certamente a Goiânia do petista está encravada em qualquer país da Europa. Os problemas e as prioridades nem sequer se aproximam da realidade que atinge quase 1,5 milhão de pessoas. Foram essas as conclusões de quem acompanhou a entrevista coletiva do prefeito na manhã de hoje na Praça Sol, durante inauguração das estações de bicicletas públicas compartilhadas, denominadas DeBike.
Consciência tranquila
O projeto moderno e diferenciado, entretanto, parece ter provocado alucinações em Paulo Garcia. Saíram de sua boca palavras como “consciência tranquila e satisfação pelo trabalho realizado” e “deixo Goiânia com muitos recursos, bem melhor do que encontrei”. Se o cenário está tranquilo e favorável, como argumenta Paulo Garcia, qual a explicação para intermináveis buracos no asfalto, reclamação geral sobre falhas na coleta de lixo e praças públicas tomadas pelo mato em dezenas de bairros?
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Tudo pelo cicloativismo
Problemas pontuais, segundo o prefeito, mas que serviram como base para coroar Goiânia, ao longo de quatro anos, com o título de “a mais nova capital encardida do país”. Entusiasta de futebol e torcedor do Atlético/GO, Paulo Garcia lembra time atordoado com a derrota implacável e que necessita de um gol para amenizar o vexame. Por isso o petista fala tanto em resgate de ações sustentáveis prometidas na campanha de 2012, entre elas o cicloativismo.
Cereja sem recheio no bolo
Na cabeça incompreendida do prefeito, o prazer proporcionado por um passeio de bike elimina automaticamente a péssima sensação causada nas ruas de Goiânia. É o mesmo que comprar pote de cereja para enfeitar bolo sem recheio. Redução de velocidade na região central (40 km) e BRT Norte-Sul (inacabado) também integram a lista de avanços discutíveis. Nesse aspecto, sobrou para Paulo Garcia comemorar as tradicionais obras nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana e a revitalização da Praça do Sol, além das intervenções do projeto Macambira Anicuns na região sudoeste da capital.
Personalidade selou destino
Adversários políticos, desta forma, são injustos ao afirmar que Paulo Garcia nada contribuiu com Goiânia. Ele deixa sim um legado administrativo – mais negativo do que positivo – e a personalidade foi crucial para selar o seu destino. Se não fossem a teimosia e a arrogância nos momentos cruciais da gestão, como no caso da greve que afetou a coleta do lixo e a varrição das ruas, o morador da capital poderia ter tido mais compreensão com o seu prefeito. O goianiense, ao contrário, ficou com preguiça de Paulo Garcia, configurando o tiro de misericórdia nas suas pretensões.
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