Com pouco mais de um mês à frente da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, Ricardo Balestreri concedeu entrevista de uma página ao repórter Cleomar Almeida, na edição desta terça-feira do jornal “O Popular”, onde admitiu que sua equipe não está sendo suficientemente ágil e competente para evitar que “Goiás não devolva mais dinheiro à União por desuso”. O valor do investimento não aplicado em presídios atingiu R$ 14,7 milhões.
Teste pra teórico
Ao lado do secretário estava o coronel Edson Costa, superintendente-executivo e responsável por manter a operacionalidade da pasta enquanto o governo experimenta teóricos e políticos na função. Primeiro foi Joaquim Mesquita, delegado burocrata da Polícia Federal. Depois o vice-governador José Eliton, pré-candidato do PSDB em 2018 e famoso em todo país pela bala que atingiu seu tórax em Itumbiara. Agora chegou a vez do humanista Ricardo Balestreri. Os momentos de maior calmaria, desde 2011, ocorreram justamente nos períodos de interinidade do coronel. Fora deles, média mensal de 40 homicídios em conflito com palavras rebuscadas.
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Distribuição de matéria
Balestreri, aliás, fala muito bem, esbanja conhecimento e sabe quais seriam, em tese, os caminhos para amenizar a crise na área da segurança pública. Na prática, entretanto, não vai além de um inusitado elogio ao jornal: “Já determinei à minha equipe que tenha absoluta celeridade em tudo isso (repasse de R$ 4 milhões parado por dificuldades em licitações). E vou determinar mais. Vou distribuir a matéria, publicada por “O Popular” – não que não saibamos, temos todos esses dados, mas a reportagem fez uma bela síntese de muitos anos”.
Sonho e realidade
E para não ter vida curta na pasta, Ricardo Balestreri ajustou sua opinião sobre o inevitável embate entre policiais e bandidos. “Tem um órgão de mídia que publicou que eu era contra qualquer forma de confronto policial. Não poderia ser secretário de segurança se fosse contra confronto policial porque não seria realista”. Enquanto Balestreri afaga a imprensa, corrige declarações e sonha acordado, o coronel Edson Costa se vira nos 30 para motivar uma tropa reduzida e acuada pelo crescimento da criminalidade. Até quando, ninguém sabe.
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