Qualquer torcedor de futebol, com o mínimo de conhecimento, sabe identificar uma “pelada” a quilômetros de distância. Aquele jogo sofrível, carente de recursos técnicos. Esse foi o clima da segunda partida da semifinal entre Goiás e Atlético, um empate em 0 a 0 que classificou o alviverde para a decisão do campeonato nos dois próximos domingos. Com o estádio vazio, a emoção ecoava apenas na cabine da TV Anhanguera.
Os adjetivos “jogão e empolgação” contrastavam com a apatia no gramado e na arquibancada. Ao contrário das transmissões radiofônicas, geralmente vibrantes e beneficiadas pela imaginação, a afiliada da Rede Globo insistia em brigar com as imagens. É claro que ninguém espera um ataque de sincericídio da emissora, algo capaz de desvalorizar o produto chamado campeonato goiano, porém nada impede que seus profissionais critiquem, com veemência, a péssima qualidade do futebol apresentado pelos clubes.
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A análise é fria: independente de quem levante a taça no estadual, os três representantes goianos nas Séries A e B – Atlético, Goiás e Vila Nova – correm sério risco de frequentar a parte de baixo da tabela de classificação. Ou, na melhor das hipóteses, serão obrigados a desembolsar uma grana salgada com reforços para fortalecer as equipes durante as competições.
As três torcidas da capital sabem que o segundo semestre desenha um quadro de muita apreensão. E o campeonato goiano tem baixíssima referência quando comparado em qualidade com outros centros. Frequentar a elite do futebol brasileiro há décadas, seja com Goiás ou Atlético, pouco representa em termos de consistência, afinal os goianos nunca assumiram o protagonismo na Série A. Sempre, sempre coadjuvantes. Até quando?
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