Um goiano tem causado repercussão nas redes sociais contando histórias da sua atuação como soldado dos Estados Unidos da América no Afeganistão.
Com 38 anos, Antônio Caiado nasceu em Mossâmedes (GO) e viveu até o início da sua fase adulta em Goiânia, onde se formou em Ciência da Computação.
Foi então que ele decidiu se mudar para os EUA para trabalhar e buscar novas oportunidades.
Cinco dias após obter a oficialização da cidadania, assinou seu contrato com exército estadunidense.
“Na minha época, por estarmos em guerra declarada, o processo foi ‘mais fácil’. Estar dentro atualmente é mais difícil”, conta ele em uma de suas publicações.
Antônio se voluntariou para servir no Afeganistão em 2010 e, após só 10 meses de treinamento, foi enviado para Cabul, capital afegã.
Uma das diferenças culturais mais gritantes, para o militar da reserva, era a maneira como meninas e mulheres eram tratadas pela população local.
“Quando os EUA chegaram ao Afeganistão, em 2001, uma das metas – além de afastar o terrorismo – era salvaguardar os direitos das mulheres e das crianças. Os anos que se seguiram foram promissores para as mulheres, que começaram a estudar e algumas se tornaram médicas e professoras, por exemplo. Mas, com a volta do Talibã, aquele velho temor se reinicia”, pontua.
Segundo Antônio, assistir às cenas de afegãos desesperados tentando se agarrar ao trem de pouso de um avião para fugir do país foram de “partir o coração”.
“Reflete o medo dos cidadãos com essa volta [do Talibã] e o extremo que o ser humano chega para fugir da barbárie”, disse.
De acordo com o ex-combatente, a questão do Talibã é delicada porque, devido ao extremismo do grupo, eles desejam aplicar uma leitura única do islamismo a todo o país, cometendo diversas atrocidades para acabar com qualquer diversidade que fuja dessa regra.
“Há 10 anos, quando vi de perto essa realidade, encontrei um povo receptivo e alegre. Dava para ver no rosto dos nativos a felicidade de nos encontrarem lá. Hoje, vendo essas imagens, só me resta desejar forças aos afegãos e torcer para que esse conflito se encerre da melhor maneira”, afirmou.
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