Uma quadrilha que fraudava cartões Nubank em Padre Bernando, a 277 km de Goiânia, foi denunciada pelo Ministério Público do Estado de Goiás nesta terça-feira, 23, por estelionato.
A denúncia, apresentada pela promotora Paula Moraes de Matos, revela um engenhoso esquema de quatro pessoas que obtinham informações privilegiadas para fraudar cartões e movimentar um esquema de comercialização de cerveja.
Além da acusação por estelionato, a denúncia imputa ainda aos membros crimes de associação criminosa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro
Esquema de falsificação de Nubank
O quarteto era liderado por um funcionário do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
O acusado tinha acesso aos dados dos motoristas por meio da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e os repassava a outro membro da quadrilha.
Já os outros dois participantes eram designados a recrutar outras pessoas com o objetivo de baixar o aplicativo do Nubank em seus celulares.
Eles também captavam pessoas que forneciam fotos 3×4, visando se enquadrar no procedimento adotado pelo banco para a abertura de uma conta.
Assim, o líder do grupo confeccionava CNHS falsas, mantendo os dados dos verdadeiros motoristas, mas com fotos das pessoas cooptadas para o serviço.
Feito isto, o documento falso era usado para dar entrada na solicitação do cartão Nubank por meio do aplicativo.
Durante o processo de solicitação, o aplicativo requer que o interessado tire uma selfie com sua documentação, a fim de comprovar ser a real pessoa.
Deste modo, as pessoas recrutadas tiravam a selfie com a CNH falsa em mãos.
O banco, então, ao acreditar na fidelidade dos dados fornecidos, aprovava o pedido e fornecia o cartão de crédito à quadrilha.
Comercialização de cerveja
Com os cartões acumulados em mãos, o líder da quadrilha usava todo o crédito disponível na compra de cervejas.
Em seguida, ele revendia as bebidas ao mesmo preço ou ainda menor, de modo que lucrava com o esquema.
As pessoas envolvidas, inclusive aqueles que forneciam seus celulares para download do aplicativo ou permissão para uso de foto 3×4 e selfie, recebiam uma parcela do que era faturado.
Distribuição dos autos
Na denúncia é solicitado ainda o desmembramento dos autos, uma vez que as cerca de 30 pessoas que participaram do esquema devem ser denunciadas separadamente.
A promotora autora da denúncia sustenta que essas pessoas foram divididas em dois grupos.
Em um deles, no qual também serão denunciados por estelionato, participaram os que emprestavam somente suas imagens e celulares.
Já no outro, os envolvidos, além de realizarem os empréstimos de suas fotos e celulares, também recrutavam outras pessoas para participar do esquema.
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