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Por Guilherme Coelho
Sempre tive muita vontade de andar em uma das viaturas da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). No final de 2011, matei essa vontade.
Lanchava, como de costume, na Mercearia Real, na C-1, Jardim América. Foi quando, de repente, passaram na porta da lanchonete 20 viaturas da Rotam.
O fato chamou minha atenção.
Paguei a conta e de imediato deveria ter retornado à redação do jornal. Mas a curiosidade tomou conta de mim.
Liguei o carro e sai como um louco atrás das viaturas. Avistei algumas estacionadas no Cepal do bairro e pra lá eu me desloquei.
Assim que cheguei, o chefe do Comando do Policiamento da Capital (CPC), coronel Motta, dava entrevista para uma emissora de televisão local.
‘Arruma uma viatura para esse rapazinho’
Ele explicava o motivo de tantas viaturas da Rotam na área.
“Houve aumento do número de roubos e furtos a veículos na região. Portanto, a Rotam irá desenvolver um trabalho diferenciado, coibindo a ação desses criminosos”, afirmou o coronel.
Assim que acabou a entrevista, vi alguns repórteres e cinegrafistas entrando nas viaturas.
Não perdi tempo. Corri até o coronel e solicitei que ele autorizasse uma viatura para mim. Pensei que ele não iria autorizar.
“Brum, arruma uma viatura para esse rapazinho aqui”, ordenou o coronel.
Abri um sorriso de ponta a ponta.
Renato Brum, à época, era major da PM e comandava o Batalhão da Rotam. Hoje, ele é coronel e comandante geral da Polícia Militar do Estado de Goiás.
Apresentei-me a ele e, como bom repórter, fiz algumas perguntas de praxe.
Perguntas respondidas, embarquei em uma Blazer preta com mais 4 policiais.
Fui sentado no banco de trás, entre os soldados Kennon e Tolentino, com um Fuzil Bushmaster – de alcance útil de 1.200 m – entre minhas pernas.
Nos bancos da frente estavam o cabo Filho, que dirigia o veículo, e o subtenente Eduardo.
Acompanhei por 1h40 o trabalho deles. Durante esse tempo, foram abordados 4 rapazes caracterizados por eles como elementos suspeitos.
Todos eram usuários de drogas e 3 tinham passagem pela polícia.
“É difícil abordarmos alguém que não tenha nome sujo na justiça”, afirmou o cabo Filho.
Abordagem tensa
Mas uma das abordagens me deixou tenso e apreensivo.
Estávamos na Rua C-8, no Setor Sudoeste, próximo ao Hotel Sudoeste, quando 2 homens em uma moto avistaram a viatura e mudaram o percurso que faziam.
Os policiais perceberam e iniciaram a perseguição.
Esse foi o único momento em que foi necessária uma postura mais enérgica dos homens de preto.
Os rapazes foram abordados na C-49, próximo à praça do Bifanas Burger. Mas nada foi encontrado com eles.
“São usuários de drogas e um deles tem passagem pela polícia”, declarou o subtenente Eduardo.
De acordo com o soldado Kennon, eles estariam transportando drogas e, ao avistar a viatura, um deles teria arremessado o entorpecente na rua.
Desfecho
Ao acompanhar de perto o trabalho de uma das equipes da Rotam, pude perceber que ser um policial desta unidade não é pra qualquer um.
Temos que entender que os policiais da Rotam são pessoas diferenciadas, que têm amor pelo que fazem.
Sei que existem policiais muito maus e desonestos que vestem a farda da Rotam, mas sei que existem aqueles que podemos considerar heróis.
Se alguém me perguntasse: ir para guerra ou ser policial nas ruas goianas?
A pergunta seria difícil de responder, mas acho que preferiria a guerra.
Pelo menos nela você sabe onde está o inimigo.
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