Tido como um laboratório para as equipes do Estado visando as competições nacionais, o Campeonato Goiano é, quase sempre, na verdade, um indicativo do que virá, no restante do ano, para os nossos clubes. Em 2012, ao que parece, não será muito diferente. Quem tem êxito na competição estadual sai com mais motivação e organização para as outras.
Este ano, o Atlético (GO) – que conquistou o Goiano nas duas últimas edições e participou de cinco das últimas seis decisões, tendo levantado três canecos – não fez um bom Goiano. Por consequência disso, não conquistou o título. E se descontrolou.
Nos anos anteriores, com a faixa de Campeão Goiano, o time, mesmo com dificuldade, conseguiu se manter na elite do nacional e até angariou uma vaga na Copa Sul-Americana, no ano passado. Em 2012, pelo jeito, não deve manter o feito. Até agora foram, pelo menos, cinco mudanças no comando técnico. Hélio dos Anjos ocupou o posto duas vezes, além de Adilson Batista, Jairo Araújo e Artur Neto. No elenco, ao contrário dos outros anos, as contratações também não deram certo. O resultado deve ser uma inevitável queda para a Série B. Com planejamento e um bom Campeonato Goiano no ano que vem, o rubro-negro terá “cabeça fria” para trabalhar no resto do ano.
Goiás
Situação completamente diferente vive o Goiás, que derrotou, com merecimento, o time de Campinas na final do Goiano após fazer um campeonato quase impecável. Nos dois anos anteriores, sem título estadual, o Verde caiu para a segunda divisão e não conseguiu o acesso no ano seguinte. Em 2010, quando caiu, sequer disputou a decisão do regional.
Agora, depois de conquistar o Goiano, manteve o técnico Enderson Moreira, boa parte do elenco, contratou reforços sem desespero e caminha para o retorno à elite nacional. Se nenhuma tragédia ocorrer, disputa a Série A no ano que vem, depois de dois anos fora dela.
Tigrão
Já para o Vila Nova, o Campeonato Goiano não pode ser um termômetro, pois o colorado é imprevisível. Mas, o regional também é indicativo. A última vez que venceu o regional foi em 2005. No ano seguinte, ficou fora da decisão – protagonizada por Goiás e Atlético- e caiu para a Série C do Brasileiro no segundo semestre.
Subiu no ano seguinte, em 2007, quando ficou em terceiro lugar no Goiano. Em 2012, mais uma vez, ficou de fora da decisão, que não disputa desde 2005. Na fraca Série C, precisa ter regularidade. O mais difícil nem é superar a primeira fase, quando se pode perder, mas chegar ao acesso passando pelas fases seguintes, quando os descuidos são fatais.
5 técnicos
Falta planejamento para o time, que já teve cinco técnicos na temporada: Roberto Cavalo, Robélio Shneiger, Roberto Oliveira (interino), Jorge Saran e Ney da Mata. Precisa torcer para que a força da torcida e o brilho de alguns atletas faça a diferença no Brasileiro que não fez no goiano.
Frustrado com mais um início de ano decepcionante, teve mudanças na diretoria, no conselho e onde mais pode mudar.
Embora, ainda tímido e pequeno diante de outros estaduais, o nosso Campeonato Goiano é o demonstrativo claro do sucesso que os clubes terão ou não no restante do ano. Quem se deu bem no regional, fez a alegria do torcedor, ganhou confiança e tem mais chances de se dar bem no restante do semestre.
Pela ordem, o Goiás passa mais confiança. O Atlético, nem tanto. E o Vila Nova…Bem, esse é imprevisível. Foge à análises.
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