O papel do economista é fazer análises, projeções de piora ou melhora dos indicadores.
O papel do cidadão comum é sentir na pele, e com os pés no chão, as variações do cenário.
Por isso impera o desânimo na maioria da sociedade quando especialistas começam a exagerar nas visões otimistas, ancoradas em oscilações pontuais.
O buraco negro na economia brasileira, basicamente construído ao longo dos últimos 6 anos, continua enorme e resistente.
Prova disso foi a desigualdade de renda ter atingido patamar histórico em 2018.
Metade dos brasileiros sobrevive com R$ 413 mensais, em média, enquanto a classe rica recebe 40 vezes mais.
Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, ferramenta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Discrepância
Traduzindo em miúdos: o vergonhoso fosso da desigualdade não para de crescer no país.
E até mesmo o sensível aumento no número de ofertas de empregos em quase todas as regiões revela a discrepância.
Com raras exceções, há dois tipos de oportunidade: o espaço básico do salário mínimo ou a vaga mais qualificada para quem possui nível superior (acima de R$ 4 mil).
As posições intermediárias no mercado de trabalho têm diminuído gradativamente. Um dos motivos para o aumento da distância entre os vencimentos e a consolidação da necessidade do “bico” como complemento da renda mensal.
Vacas magras
Reflexos da crescente desigualdade de renda podem ser detectados nas atividades mais comuns.
Desde a diminuição de mercadorias no carrinho do supermercado, passando pelo corte de despesas básicas, até o endividamento pela sobrevivência.
Fato: o nosso país está entre as 15 nações mais desiguais do planeta. O brasileiro, mesmo assim, é duro na queda e não perde o otimismo em dias melhores.
Metade da população, porém, não aceita discurso fantasioso de economista prevendo guinada a curto prazo. O tempo das vacas magras, do crescimento da desigualdade, ainda está longe de retroceder.
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