Os pais de um bebê recém-nascido que desapareceu em Aparecida de Goiânia estão inconsoláveis em busca de esclarecimentos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o corpo do bebê, que viveu por cerca de 12h, foi incinerado por engano junto com lixo hospitalar.
Tudo ocorreu na Maternidade Marlene Teixeira, localizada na Vila Brasília.
Em entrevista à TV Anhanguera, o pai do recém-nascido lamentou não ter a oportunidade de enterrar o filho.
“Você não saber onde está o corpo do seu filho, você não tem a onde ir para matar a saudade dele. Se tivesse o tumulozinho dele lá, eu poderia ir visitar quando desse saudade. Mas nem isso, nem corpo tem mais. A dor é grande”, afirmou Rogério Cardoso de Almeida, de 32 anos.
Já a mãe, Juliana Fernandes, de 29 anos, continua à base de medicamentos e sofre com crises de choro.
Responsabilidade
Apesar do posicionamento da Secretaria de Saúde, a empresa responsável pela coleta do lixo hospitalar afirmou “que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido”.
Rogério, porém, quer identificar os responsáveis pelo ocorrido.
“Quero saber quem botou fogo no meu neném. A única que eu mais quero disso é Justiça. Não vai trazer ele de volta, mas saber que quem fez vai está pagando”, disse na entrevista à emissora de TV.
O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Dia dos fatos
Rogério Filho nasceu às 14h55 de quinta, 24, e viveu por cerca de 12 horas. Segundo a certidão de óbito, ele morreu por problemas respiratórios.
De acordo com o pai, a maternidade demorou 5h para conseguir uma incubadora para o bebê.
Depois, iniciou outra espera por uma transferência do menino, que precisava de cuidados intensos.
“Eu ficava na porta olhando ele. Quando foram fazer a transferência dele, não resistiu. Estava com ele na ambulância e vi ele morrendo”, relatou Rogério.
Nota da SMS
“A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia esclarece que nesta sexta-feira, 25, um recém-nascido, em estado de prematuridade extrema, veio à óbito na Maternidade Marlene Teixeira. Como a causa da morte já havia sido verificada, a equipe da Maternidade procedeu conforme protocolo e acondicionou o corpo, devidamente identificado, em local adequado até a vinda da empresa funerária.
Porém, quando a empresa chegou ao local para recolher o corpo, este não foi localizado. A SMS informa que imediatamente acionou as autoridades policiais e que contribuiu com as investigações.
Por meio do que foi apurado, administrativamente e também pelas autoridades policiais, chegou-se ao indicativo de que a empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um equívoco e levou o corpo do recém-nascido para incineração, o que é procedimento de praxe no caso dos resíduos biológicos.
A Secretaria de Saúde de Aparecida destaca que irá aplicar junto aos responsáveis pelo erro todas as sanções cabíveis.
A Secretaria lamenta profundamente o ocorrido, se solidariza com os familiares e informa que prestará toda assistência e reparos que estiverem ao alcance da gestão municipal.”
Nota da empresa
“A Resíduo Zero Ambiental externa sua consternação e solidariedade à família enlutada.
A empresa esclarece que não viola o resíduo hospitalar recolhido de seus clientes, que é armazenado em depósito específico de responsabilidade de cada hospital. A separação e acondicionamento do resíduo hospitalar é feito pela unidade de saúde.
A empresa apenas recolhe e imediatamente encaminha para o processo de tratamento térmico, conforme regulamentações e normas vigentes. A empresa não é responsável pelo resíduo que é colocado para ser coletado e tratado.
A Resíduo Zero Ambiental reforça que prima por procedimentos técnicos operacionais do mais alto padrão de qualidade e que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido.
Por fim, manifesta sentimento de profunda tristeza e se coloca à disposição para informações e esclarecimentos acerca dos seus serviços.”
Corpo de recém-nascido desaparece em maternidade de Aparecida
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