Os motoristas de aplicativo que trabalham na Região Metropolitana de Goiânia estão cobertos de razão quando decidem radicalizar por mais segurança.
Dois trabalhadores mortos e mais três feridos, somente no mês de outubro, retratam a dimensão do risco para quem exerce a profissão, seja durante o dia ou à noite.
O governador Ronaldo Caiado e o secretário de Segurança Pública Rodney Miranda têm a obrigação de ouvir as reivindicações da categoria – quase 20 mil famílias.
Autoridades e empresas do setor, como Uber e 99, sofrerão sério desgaste público caso a onda de assaltos contra os motoristas não seja estancada.
Integrantes da Rotam já cancelaram alguns CPF’s de criminosos nas últimas horas, mas a principal reivindicação é por medidas que ajudem a prevenir a ação dos bandidos.
O ponto de convergência é a disponibilidade, por parte das empresas, do sistema que permite o reconhecimento facial do usuário.
Outras ações, em conjunto com a Polícia Militar, complementariam o patamar necessário para resgatar a sensação de segurança perdida recentemente.
Pressão familiar
O motorista B.R. me confidenciou na manhã desta quinta-feira, 31, durante corrida no Jardim Goiás, que já está sofrendo pressão familiar para deixar as ruas.
“Perdi o emprego, tenho contas para pagar, mas a realidade tem sido cruel com a gente. Não quero terminar como o colega de Senador Canedo”, afirmou.
O exemplo citado atende pelo nome de Fábio Júnior Oliveira, encontrado morto no município de Varjão após ter sido acionado para uma viagem.
“Meu marido não era bandido. Ele saiu de casa para trabalhar e não voltou”, desabafou a viúva, revoltada com o cruel espancamento sofrido pelo companheiro.
A categoria promoveu protestos na BR-153, Praça Cívica e Secretaria de Segurança Pública.
Quem já presenciou o desespero e o extremismo de movimentos semelhantes, sabe que as autoridades responsáveis não podem pecar pela omissão.
A categoria dos taxistas, no passado, recorreu a linchamento de assaltante em prédio de delegacia com o objetivo de mandar um duro recado a outros criminosos.
Com os nervos à flor da pele, tudo pode acontecer.
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