Sabe aquela sensação de sair do espeto e cair na brasa? Essa é a realidade quando o assunto é o trânsito de Goiânia.
Depois de ouvir motoristas profissionais e a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), o jornal “O Popular” listou 17 pontos críticos na capital. Veja lista abaixo.
7 dos trechos foram criados pela sequência de obras físicas deflagradas pela Prefeitura de Goiânia nos últimos meses.
A lentidão nos desvios poderia representar apenas um transtorno momentâneo. O desafio da mobilidade urbana, entretanto, é bem mais complexo.
“Preguiça coletiva”
O secretário Fernando Santana (SMT) tem razão quando diz que as pessoas precisam entender e planejar a viagem.
O que mais se vê em Goiânia são motoristas dispersos, agarrados aos principais eixos como única alternativa para trafegar pela cidade.
Essa “preguiça coletiva” provoca a sensação de que nenhuma intervenção do poder municipal será capaz de melhorar a fluidez no trânsito.
É perceptível uma escolha natural do motorista pelo engarrafamento, ignorando rotas alternativas.
A aposentada Divina do Carmo vai direto ao ponto: “Não abro mão de descer a 85 até a Praça Cívica. Odeio desvios”.
Antes das obras do BRT, o mesmo trajeto pela Rua 90 diminuiria em 5 minutos o tempo gasto por ela. Mas não adianta argumentar. “É a força do hábito”, responde.
Problema crônico
O outro lado da moeda surge nas palavras de Gabriel Alencar, motorista por aplicativos. “Existe um problema crônico no trabalho de sinalização e fiscalização, tanto nos atuais desvios como na cidade em geral”, pontua.
A SMT passa a impressão de estar dirigindo com o freio de mão puxado. É simplesmente reativa, nada criativa.
Isso acontece desde os tempos em que a cidade era comandada pelo ex-prefeito Nion Albernaz, na década de 1980.
De lá para cá, o órgão ganhou projeção apenas com campanhas educativas promovidas durante a gestão do ex-prefeito Pedro Wilson (2000-2004).
Já disse e repito: as intervenções físicas no trânsito de Goiânia estão ocorrendo com atraso de uma década, aproximadamente.
Portanto, a tão almejada prevenção para evitar o surgimento de novos pontos críticos – apesar dos mais de 1,1 milhão de veículos nas ruas – virá somente com esforço conjunto dos motoristas e da SMT.
Existem capitais com problemas bem mais complexos do que os verificados em Goiânia. Sem ousadia, o que é ruim pode piorar.
17 pontos críticos*
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- Avenida 24 de Outubro – entre Praça Joaquim Lúcio e Estádio Antônio Accioly;
- Avenida Anhanguera – entre Praça A e rua Rio Verde;
- Avenida Mutirão – entre T-7 e T-8;
- Rua 9 – entre rua 4 e Praça do Sol;
- Avenida T-63 – entre rua Coelho e avenida Pasteur;
- Avenida 85 – entre T-64 e alameda Coronel Cosme;
- Avenida Anhanguera – entre rua 24 e avenida Tocantins;
- Avenida Botafogo – entre rua Nonato Mota e avenida Jardim Botânico;
- Avenida Contorno – entre Jardim Botânico e BR-153;
- Rua 115 – entre avenida Jamel Cecílio e rua 88;
- Marginal Botafogo – entre avenida A e rua PL 3;
- Avenida E – entre avenida Jamel Cecílio e Rua 88;
- BR-153 – entre Estádio Serra Dourada e Jardim das Esmeraldas;
- Rua 1018 – entre rua 1015 e avenida do Comércio;
- Avenida Independência – entre rua 24 e Marginal Botafogo;
- Rua 88 – entre rua 115 e Praça do Cruzeiro;
- Praça do Cruzeiro.
*Fonte: Jornal O Popular
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