Foi um final de semana inesquecível. O Flamengo e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, nos ensinaram que é proibido desistir do objetivo.
O clube carioca sagrou-se bicampeão da Copa Libertadores numa virada épica, sensacional contra o River Plate, e o político lutou como nunca para se transformar no bobo da corte rubro-negra.
Duas façanhas que espelharam níveis elevados de perseverança e hipocrisia. Foi mais fácil para o atacante Gabigol se livrar da defesa argentina do que da marcação bisonha do governador.
A mistura da política com o futebol tem por tradição provocar efeitos tóxicos. Wilson Witzel estabeleceu um novo patamar de bizarrices para tentar dividir a cena com os vencedores rubro-negros.
O advogado de 51 anos, ex-juiz federal, protagonizou “macaquices e comemorações primitivas” para roubar a cena em Lima, no avião, no trio elétrico e nas redes sociais.
Estômago
As expressões foram utilizadas pelo articulista Josias de Souza (UOL) no excelente texto publicado em seu blog no último domingo, 24: “Esnobada em Witzel foi terceiro gol de Gabigol”. Vale a leitura.
E não se trata apenas da refugada do artilheiro diante da aberração do governador, que sugeriu lustrar suas chuteiras.
A imagem viralizou em pouco tempo e obrigou a assessoria do político a forçar outro encontro para amenizar o estrago.
Witzel já havia embrulhado o estômago de muitos flamenguistas, no Peru, ao estabelecer um vínculo afetivo com o time que nunca existiu na prática.
Corintiano
Frase do governador, nascido em Jundiaí (SP), ao jornal “O Lance” na campanha de 2018: “Sou, desde criancinha, corintiano. E vivi o Corinthians na Era Sócrates. Por isso, sou um grande democrata”.
Wilson Witzel não é o primeiro e nem será o último gestor de primeira viagem a buscar popularidade em conquista alheia.
Ele sonha ser candidato a presidente em 2022 e, pela maneira como se comporta, continuará “atirando para todos os lados”.
E o que menos importa para o governador é onde a bala pode acertar, desde que o objetivo seja alcançado.
Em tempo de vale tudo para chamar atenção, a estratégia de Witzel parece calculada.
Causa ciúme em outros pretendentes e o coloca no protagonismo do “falem mal, mas falem de mim”.
O papel de bobo da corte na política brasileira chegou para ficar. O que não falta é candidato.
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