A sexta-feira, 13, amanheceu cinzenta. Combinou com a minha cara de poucos amigos, contrariado com os desdobramentos da Operação Metástase.
À princípio o mesmo enredo de outras ações policiais: suspeita de fraude em auditorias médicas no valor de R$ 50 milhões e apreensão de carros de luxo, aeronave e obras de arte.
A Justiça não acatou os pedidos de prisão envolvendo pessoas ligadas ao Ipasgo e ao Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), alvos da operação.
Longe de ser egoísta, a única imagem que me meio à cabeça foi a sala de doação de sangue do Ingoh, local que frequento regularmente desde o ano passado.
Aquele padrão de qualidade dos materiais utilizados por enfermeiros é real ou fruto de armação?
Pergunta inevitável de um doador orgulhoso, até então, pelo excelente atendimento e as instalações irretocáveis.
Morte de idoso
Entre as investigações da Operação Metástase, há indício da utilização de produtos de baixa qualidade durante o tratamento de pacientes com câncer.
Um idoso, segundo o secretário de Segurança Pública Rodney Miranda, teria morrido no Ingoh, em 2017, por falhas graves na aplicação de medicamentos e insumos hospitalares.
Como não ficar com a pulga atrás da orelha? As aparências enganam e, sem generalizar, a atenção e os cuidados prestados a um paciente com câncer deveriam, em tese, ser maiores do que os dispensados a um doador de sangue.
O pente fino da polícia sobre as auditorias médicas durou 6 meses. O Ingoh alega “total tranquilidade” e que está colaborando com as investigações.
Para contrapor suspeita de pagamento de propina a funcionários do Ipasgo, a direção da unidade de saúde garante ter “compromisso com a transparência e total interesse na restauração da verdade”.
Assim como eu, o Ingoh tem 50 anos de existência. Quero continuar realizando as 4 doações de sangue por ano no local e, desta forma, ajudar pessoas necessitadas.
Acredito ser este o mesmo desejo da maioria dos colaboradores, desde que não paire qualquer tipo de dúvida sobre os equipamentos utilizados no instituto.
Relação de confiança pode vergar, jamais quebrar.
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