“Como, depois de um decreto ter sido baixado, pode haver um carro de som convocando as pessoas para a rua? Ninguém está imune às regras”, disse Ronaldo Caiado à Revista Época sobre a postura enérgica que adotou em relação a manifestantes pró-Jair Bolsonaro no último domingo (15), em Goiânia.
No dia seguinte, o presidente falou à Radio Bandeirantes que “está havendo uma histeria”: “Qual o interesse dessas lideranças política? Se acabar economia, acaba qualquer governo. Acaba o meu governo. É uma luta de poder”.
Esse é o primeiro embate entre os 2 aliados, que se aproximaram desde a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e as eleições de 2018.
Enquanto Caiado é destaque nacional tomando a frente do combate à crise do coronavírus, Bolsonaro parece não perceber a gravidade do problema e prefere partidarizar até uma questão de calamidade em saúde pública.
As trágicas e recentes experiências de outros países demonstram que a única maneira de atenuar os danos dessa doença é com isolamento e quarentena.
Não dá para esperar que os cemitérios fiquem cheios e os caixões sem lugar para serem enterrados.
Caiado resolveu agir.
E, para isso, teve que colocar em risco um dos maiores trunfos da sua gestão: a proximidade com o Palácio do Planalto.
O livre trânsito do governador com o presidente e os seus ministros, principalmente o da Economia, eram fonte de muitas expectativas dos empresários goianos.
Mas Caiado optou corretamente: pela preservação da vida, não da estabilidade dos interesses econômicos.
Talvez essa crise abale a relação entre Ronaldo e Jair… talvez.
Mas pelo menos a maioria de nós estará vivo, e mais forte, para ver o que poderemos reconstruir do outro lado do túnel.
O que abre e fecha em Goiás durante estado de emergência
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