No dia 22 de setembro de 2019, o soldado da Polícia Militar Walisson Miranda Costa, de 28 anos, foi morto com um único tiro fatal na cabeça.
De lá para cá já se foram 9 meses. E a Polícia Civil ainda não ofereceu uma conclusão para o caso.
A princípio nas mãos do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Aparecida, a apuração foi transferida para a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) de Goiânia no final de 2019.
À época, a troca foi justificada pela complexidade do caso, que exigia a estrutura de uma delegacia estadual.
Porém, até hoje não há informação sobre suspeitos ou possíveis motivações para o crime.
A reportagem solicitou à assessoria de comunicação da Polícia Civil um retorno sobre o andamento do caso, sem sucesso.
Segundo o órgão, a investigação está “avançada”, mas novas informações não poderiam ser prestadas para que o andamento não fosse atrapalhado.
Com o sigilo, as escassas atualizações sobre a apuração são obtidas fora dos microfones.
Detalhes da investigação
Segundo o levantamento da reportagem, o inquérito já tem milhares de páginas e inclui imagens de câmeras de segurança que cobrem mais de 10 km da região onde Walisson foi baleado, na Avenida União, Setor Garavelo, em Aparecida.
No início de outubro, a Polícia Civil realizou a reconstituição do caso no local.
A simulação durou 2h30, com a participação de 6 peritos e membros da Polícia Técnico-Científica e dos 3 militares que estavam na viatura quando Walisson foi baleado.
No trabalho, foram simuladas a trajetória da bala disparada pelo autor e a reação dos policiais, que teriam dado um tiro contra o veículo agressor.
O relato de uma testemunha, que afirmou ter ouvido o disparo, foi fundamental para a reconstituição.
Além disso, de acordo com uma fonte interna à Secretaria de Segurança Pública, ligações telefônicas dos celulares dos policiais que estavam com ele no momento também foram periciadas, com autorização da Justiça.
Até mesmo informações sobre o patrimônio e as movimentações financeiras do soldado assassinado foram coletadas.
A PC chegou a pedir autorizações do Google e da Apple para obter mais dados sobre o militar.
Nada de irregular foi encontrado, afastando assim a suspeita de que Walisson teria sido morto por envolvimento com atividades ilícitas.
Em busca de justiça, a família do soldado realizou protestos e até ofereceu recompensas em dinheiro para quem ajudasse a solucionar o crime.
Nove meses depois, segue sem resposta.
Relembre
Walisson Miranda da Costa foi morto no dia 22 de setembro de 2019 dentro de uma viatura descaracterizada com um tiro na cabeça.
De acordo com informações da Delegacia de Estado de Investigação de Homicídios (DIH), uma caminhonete S-10 preta emparelhou do lado direito do veículo em que estavam os policiais.
No momento, eles reduziram a velocidade para passar por um quebra-molas na Avenida União.
Foi então que o atirador teria efetuado um disparo, que atingiu o sargento Fábio Marques de raspão, no ombro, e a cabeça do soldado Walisson.
Na sequência, um dos policiais também teria disparado, em revide, na direção da caminhonete, que saiu em disparada.
Os policiais, então, se deslocaram para a UPA Buriti Sereno, onde o sargento baleado de raspão foi atendido.
Já Walisson foi transferido para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde passou por cirurgia, mas não sobreviveu.
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