Oito em cada 10 brasileiros se automedicam, de acordo com pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Uma prática que pode causar um efeito contrário ao desejado.
Tomar remédios indiscriminadamente oferece riscos à saúde, inclusive, à função renal.
“A presença de altas concentrações de uma determinada medicação na luz dos túbulos renais pode provocar processos inflamatórios e comprometer o funcionamento os rins” explica a nefrologista do Instituto de Nefrologia de Brasília (Ineb), Isabela Novais.
Ela ainda destaca caso for usada de forma inadequada e por longos períodos.
Inflamações como nefrite túbulo intersticial e glomerulonefrites, acometimento agudo da função renal, conhecido como injúria renal aguda podem ocorrer em pessoas que se automedicam.
Além disso, podem desenvolver até mesmo o desenvolvimento da doença renal crônica.
Riscos da automedicação
Tomar remédios indiscriminadamente também pode causar efeitos colaterais no tratamento de outras doenças, disfarçar sintomas, dificultar diagnósticos e até mesmo agravar um quadro clínico inicial.
“O uso do anti-inflamatório não hormonal (amplamente usado para dor), por exemplo, é o mais relacionado ao comprometimento renal por promover redução na produção das prostaglandinas, que são substâncias que mantêm o fluxo sanguíneo renal”, explica ela.
A diminuição dessas moléculas pode ocasionar elevação da pressão arterial e do potássio no sangue, retenção de líquidos, com presença de edema.
“Muitas outras drogas também podem acarretar alteração da função renal de forma aguda ou crônica. É importante salientar que a ação nefrotóxica dependerá muito da susceptibilidade individual, dose utilizada, tempo de exposição e principalmente pela presença de fatores de risco”, acrescenta.
Diante desses fatores, a nefrologista reforça que a ingestão de qualquer medicamento deve ser criteriosa e indicada pelo médico ou odontologista.
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