O Ministério Público de Goiás investiga repasses milionários suspeitos da Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe) para políticos goianos.
Esse é mais um desenrolar da investigação de supostos crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação criminosa ligados a recursos provenientes de doações de fiéis à Basílica de Trindade.
Agora, a Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, chefiada pelo delegado Alexandre Pinto, juntou-se ao MP no esforço de analisar centenas de documentos apreendidos e registros de 10 anos transações financeiras da entidade.
De acordo com a força-tarefa, o vice-prefeito de Trindade Gleysson Cabriny (PSDB) e pessoas ligadas a ele receberam repasses de cerca de R$ 40 milhões da Afipe.
Os investigadores também apontam R$ 13 milhões destinados ao grupo de Jânio Darrot, prefeito de Trindade e presidente do PSDB Goiás.
Por fim, há também registro de R$ 2 milhões repassados a familiares do vereador Marden Junior (PP), pré-candidato a prefeito apoiado por Jânio em 2020.
Defesas
Todos eles negaram qualquer irregularidade nas transações, afirmando que elas foram lícitas e declaradas.
O Ministério Público, porém, aponta para a possibilidade de que os negócios tenham sido feitos em valores fora da realidade de mercado, gerando prejuízo para a Afipe.
Segundo revelaram os investigadores, há indícios de imóveis comprados da associação que foram, na sequência, vendidos a terceiros com valores até 4 vezes maiores.
Já a assessoria do padre Robson, reitor da Basílica de Trindade e presidente da Afipe, ressaltou que ele “não participa da política partidária e que todas as transações financeiras realizadas pela Afipe são operações legais, sempre feitas em favor da evangelização”.
A defesa do padre ainda apontou que ele quer ser ouvido pelo Ministério Público, o que ainda não ocorreu.
As informações foram divulgadas em reportagem do Fantástico do último domingo (30).
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