O assalto em plena luz do dia de uma equipe de jornalismo da TV Serra Dourada na manhã desta quinta-feira, 16, trouxe de volta a velha discussão sobre a crescente insegurança no Estado, não só dos profissionais da imprensa, mas de todos os trabalhadores.
O repórter Lucílio Macedo e o cinegrafista Anderson Barbosa foram rendidos enquanto gravavam uma matéria sobre a poluição e o despejo de entulho às margens do Córrego Tamanduá, na recém-inaugurada ponte da Avenida São João, no Residencial Alvaluz, em Aparecida de Goiânia.
Eles trabalhavam para garantir melhorias para a vida de quem vive ou trafega pelo local. Mas os assaltantes, eles mesmos motociclistas e provavelmente moradores de Aparecida de Goiânia, não fizeram caso da situação e tiveram a ousadia de assaltar uma equipe de jornalismo durante uma gravação.
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Deboche
Pior ainda foi a declaração de um dos criminosos de que aquilo não era “grande coisa” para ele: “A gente mata até a polícia, por que não vou roubar a imprensa?”. A afirmação reflete o momento enfrentado pela população brasileira, sobretudo goiana. Nem mesmo a vigilância contumaz da forças policiais e a constante denúncia dos veículos de imprensa são capazes de conter ou, no mínimo, constranger a ação criminosa.
“Me senti um lixo”, relatou de forma exclusiva ao Folha Z o competente repórter da TV Serra Dourada. Se nós, jornalistas, vivermos em um mundo em que temos medo de sair para trabalhar, o que será feito das liberdades fundamentais da nossa sociedade?
Está muito cansativo suportar a carga pesada da insegurança pública em Goiás. Por mais que o avanço da criminalidade seja um problema latente em todo o Brasil, motivado em grande parte pelo tráfico de drogas, os goianos estão assustados com a baixa perspectiva de solução para o problema.
Lucílio, como eu, está cansado de carregar a carga pesada da insegurança nos ombros. A população goiana está refém de bandidos cada vez mais ousados e que não temem as forças policiais.
A sociedade goiana não suporta mais tanta insegurança e cobra reação concreta a uma crise sem precedentes. A situação é tão calamitosa que o cidadão não consegue ver uma solução no futuro próximo. O mais triste de tudo isso é que, daqui poucos dias, estarei eu aqui novamente falando a mesma coisa: implorando pelo fim da violência.
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