Goiás é um dos Estados com maior capilaridade religiosa do país, equilibrando a tradição católica com dezenas de novas denominações evangélicas (cerca de 40%, segundo pesquisas recentes). Indiscutivelmente, um povo que exala fé e confiança em dias melhores. O problema é que todo este otimismo não tem sido suficiente para suportar a carga pesada da insegurança pública nos ombros. Por mais que o avanço da criminalidade seja um problema latente em todo o Brasil, motivado em grande parte pelo tráfico de drogas, os goianos estão assustados com a baixa perspectiva do real enfrentamento do problema.
Mídia nacional para Guapó
Nos últimos dias dois importantes veículos de comunicação, O Popular e a TV Anhanguera, trouxeram luz à crise no sistema prisional goiano: fugas em série (82) da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, em Aparecida de Goiânia, e infraestrutura precária em presídios e cadeias públicas de dezenas de municípios no interior do Estado. Entre eles, Anápolis, Rio Verde, Jataí, Luziânia e Caldas Novas. A explosão em Guapó ganhou repercussão nacional, muito em função da ousadia dos bandidos.
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Exemplo de Orizona
É público e notório que o Estado depende de recursos do Governo Federal para construir e reformar unidades prisionais, além de incrementar o combate ao poder de fogo das facções criminosas. Mas nada justifica o estado de penúria de instalações abandonadas por décadas. Cansadas de tanto esperar, população e autoridades do município de Orizona, na região sudeste, colocaram a mão na massa e construíram uma nova cadeia para substituir o prédio que estava caindo aos pedaços. Será esse o único caminho a ser percorrido por outras cidades de Goiás que passam pelo mesmo transtorno?
Sociedade cobra reação
O buraco na segurança pública fica ainda mais negro se a discussão for estendida ao déficit de policiais no estado, algo em torno de 8 mil a 10 mil soldados. O grande “mérito” da cúpula da Polícia Militar é justificar que uma viatura não atende três, mas um município de 15 mil habitantes como Guapó. A sociedade goiana cobra reação concreta a uma crise sem precedentes.
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