Ao contrário de outros governos que reduziram ou cancelaram integralmente gastos com shows na virada do ano por causa da crise financeira que sangra o país, em Goiás a moda é inventar justificativas para um excesso inadmissível. Amigo particular e confidente do governador Marconi Perillo, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), jornalista Edson Ferrari, soltou a segunda pérola sobre o polêmico Show do Milhão do cantor Gusttavo Lima ao jornal O Popular: “É uma conta que proporcionará, para muitos, um momento de alegria, talvez o único do ano”. A primeira criação no laboratório governista havia sido o incremento de R$ 4 milhões na economia da capital. Estrategistas palacianos já cogitam pendurar a terceira justificativa na gravidez da modelo Andressa Suita, mulher do cantor. Um típico caso de aumento na despesa familiar.
Os conselheiros do TCE, como era previsível, concordaram com o argumento do relator Edson Ferrari e deram sinal verde para a realização do show, sem qualquer interesse em investigar as contradições divulgadas por assessores do gestor tucano. Somente o valor do cachê de Gusttavo Lima e os gastos com palco e equipamentos foram alterados três vezes na mídia. Um verdadeiro “samba do crioulo doido”, ou melhor, “sertanejo de goiano esperto”. O pontapé inicial apontava R$ 1 milhão para o marido da bela Andressa Suita e R$ 500 mil para o restante. Pegou muitíssimo mal, importância superior aos R$ 850 mil de Leonardo e Eduardo Costa, o famoso Cabaré, em 2015. Tentou-se, às pressas, uma inversão. Também não vingou. O jeito foi adequar o Show do Milhão em R$ 550 mil para Gusttavo Lima e o restante para custos com produção e montagem do palco. Como não haverá investigação sobre o evento mesmo, fica o dito pelo não dito.
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Nada excepcional para um governo que envia pacote de austeridade à Assembleia Legislativa quando sequer é capaz de fazer o dever de casa: cortar gastos com shows, viagens internacionais e mordomias palacianas. Quando o exemplo não vem de cima, como imaginar que desembargadores, deputados e conselheiros irão exercer seus papéis de fiscalização. Nesta hora eles estão mais preocupados em descolar credenciais para assistir ao show no estacionamento do estádio Serra Dourada. Dane-se o recurso público. E viva o tchereretchetche da gastança!!!
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