Mesmo com 7.056.495 habitantes, Goiás ficou com apenas 18 cadeiras na nova distribuição da Câmara dos Deputados, 1 a menos do que deveria ter, segundo o cálculo proporcional do Censo 2022.
Atenção: Ao copiar material produzido pela Folha Z, favor citar os créditos ao site. Bom jornalismo dá trabalho!
O número ideal seria 19 vagas, considerando o Quociente Populacional Nacional (QPN), mas o estado foi sub-representado no texto aprovado pelos deputados federais.
Deputados goianos ouvidos pela reportagem apontam que a redistribuição das cadeiras na Câmara, que passou de 513 para 531, expõe a ausência de um critério técnico consistente na definição das vagas.

A proposta teve como objetivo evitar a redução de cadeiras em estados que perderiam vagas com o cálculo proporcional, mas, segundo deputados ouvidos, acabou criando novas distorções na representatividade.
A conta é simples: dividindo a população total do Brasil (203.080.756) pelas 531 cadeiras, chega-se ao QPN de 382.449,63 habitantes por vaga.
Com base nesse índice, Goiás teria direito a 18,45 cadeiras na 1ª fase das distribuições das cadeiras e a 19ª é obtida na distribuição das vagas remanescentes.
CONFIRA ABAIXO A PROJEÇÃO DAS 531 CADEIRAS:
Paraíba ganha mais influência com menos habitantes
Outros exemplos reforçam as incoerências.
A Paraíba, com 3.974.687 habitantes, será representada por 12 deputados.
Já o Espírito Santo, com população quase idêntica (3.833.712), terá apenas 10 representantes.
Amazonas, com 3.941.613 habitantes, 33 mil a menos que a Paraíba, também terá duas cadeiras a menos.
A diferença de tratamento levantou suspeitas sobre favorecimento político.
A Paraíba é o estado de origem do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do deputado Damião Feliciano (UB), autor da proposta que ampliou o número de parlamentares.
Redistribuição dribla perdas e gera novos desequilíbrios
O aumento de 18 vagas foi aprovado com o argumento de impedir que 7 estados perdessem ao todo 14 cadeiras:
- Alagoas (-1)
- Bahia (-2)
- Paraíba (-2)
- Pernambuco (-1)
- Piauí (-2)
- Rio de Janeiro (-4)
- Rio Grande do Sul (-2)
Contudo, a redistribuição das novas cadeiras, na leitura a Folha Z, não seguiu rigorosamente os critérios técnicos.
Estados com direito a mais representantes pela proporção populacional receberam menos, e outros, como o Paraná, foram contemplados mesmo sem aparecer nas projeções técnicas iniciais.
A projeção da Folha Z, publicada em novembro de 2024, apontava configuração mais proporcional.
Segundo os dados apurados, a distribuição ideal das 531 cadeiras seria:
- Amazonas (+3)
- Ceará (+2)
- Goiás (+2)
- Minas Gerais (+4)
- Mato Grosso (+2)
- Pará (+5)
- Paraná (+1)
- Rio Grande do Norte (+1)
- Santa Catarina (+5)
E perderiam:
- Alagoas (-1)
- Bahia (-1)
- Paraíba (-1)
- Piauí (-1)
- Rio de Janeiro (-2)
- Rio Grande do Sul (-1)
Falta de transparência na decisão
Apesar do impacto político e institucional, o projeto foi aprovado sem divulgação completa das médias e cálculos utilizados para a distribuição final.
A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara Hugo Mota e com o relator do substitutivo aprovado, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
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