Antes de ser novamente interrompido na 3ª feira (14) após um jurado burlar o confinamento obrigatório, o julgamento dos acusados do assassinato do radialista Valério Luiz teve cerca de 12 horas de depoimentos.
Sob a presidência do juiz Lourival Machado da Costa, da 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida, 4 testemunhas foram ouvidas.
Os depoimentos deram detalhes dos fatos no dia da morte do radialista, ocorrida em 05/07/2012.
Delegado Hellyton Carvalho
O 1º a ser ouvido foi o delegado Hellyton Carvalho.
Segundo ele, as investigações da Polícia Civil concluíram que a única inimizade de Valério Luiz era com Maurício Sampaio, posto que, à época dos fatos, a vítima não tinha dívidas, casos extraconjugais ou inimizades.
“A única preocupação que ele estava tendo nos dias anteriores ao homicídio seria sobre essas críticas mais contundentes que ele teria feito à direção do Atlético Goianiense. […] A única inimizade que ele teria, efetiva, nesse meio, seria com o senhor Maurício Borges Sampaio”, afirmou.
O delegado ainda relatou que, por meio do rastreamento dos celulares, foi possível identificar que um dos réus, Urbano Malta, estava próximo ao local do crime no fatídico dia.
No entanto, o policial afirmou que o celular do radialista nunca foi identificado, ponto destacado pelos advogados de defesa.
Alípio Nogueira
O próximo a ser ouvido foi o comunicador Alípio Nogueira, que foi colega de trabalho da vítima e esteve na cena do crime cerca de 1 minuto e meio após os disparos.
Segundo ele, Valério Luiz ainda estava vivo e “agonizando” naquele momento.
Alípio relatou ter sido procurado pela diretoria do Atlético Clube Goianiense para redigir uma carta por meio da qual Valério Luiz ficasse impedido de frequentar as dependências do time devido às críticas feitas por ele aos dirigentes.
O pedido, no entanto, não teria sido atendido.
André Isac
O 3º ouvido foi o também radialista André Isac da Silva.
Segundo ele, a rixa entre Maurício Sampaio e Valério Luiz, devido às críticas ao Atlético, era assunto recorrente.
André disse que ficou surpreso quando ouviu Valério comparar, ao vivo, que Maurício Sampaio deixar seu cargo no atlético seria como um “rato” pulando de um barco afundando.
“Não achei que ele ia ter coragem de dizer no ar”, comentou Isac.
Daniel Almeida
Por fim, o 4º a depoir foi o cronista esportivo Daniel Almeida Santana Reis, que era diretor da última emissora em que Valério Luiz trabalhou.
Segundo ele, o veículo nunca questionou a decisão do Atlético de proibir Valério e outros profissionais de frequentarem o clube, que vivia uma fase ruim naquele ano.
Daniel comentou o estilo “contundente” de Valério durante seus comentários.
“Sim, sempre no estilo dele. Críticas pesadas, diretas. Criticava os dirigentes de outros times também”, narrou.
Júri do caso Valério Luiz
Valério Luiz tinha 49 anos quando foi morto a tiros ao sair da rádio em que trabalhava, em 05/07/2012.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime foi motivado pelas críticas constantes de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, em especial a Maurício Sampaio.
Nessa 3ª feira (14), o júri do crime foi adiado pela 4ª vez.
Isso porque um dos jurados do caso passou mal e saiu do hotel em que estava isolado para tomar um remédio.
Com isso, o julgamento foi remarcado para 05/12/2022.
Ao todo, devem ser ouvidas 30 testemunhas durante todo o julgamento.
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