A entrada em vigor da Taxa do Lixo, agora cobrada na conta de água dos goianienses, marca mais que uma nova linha na fatura do cidadão: é um divisor de águas na gestão de Sandro Mabel.
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Ao assumir o ônus de onerar diretamente a população, a Prefeitura de Goiânia cria expectativa de contrapartida imediata e visível.
A cidade, em troca da cobrança, espera ruas limpas, coleta eficiente e uma mudança real no padrão de limpeza urbana.

O fantasma da iluminação pública
Mas a memória recente pesa contra.
Goiânia já viu esse filme com a taxa de iluminação pública: promessa de solução, aumento de arrecadação… e postes ainda apagados.
A frustração virou descrédito e permanece viva no imaginário do eleitor.
No caso da Comurg, o desafio é dobrado.
A estatal ainda carrega a imagem de ineficiência e aparelhamento.
Mesmo com esforços recentes da atual gestão, a cobrança da taxa acende os holofotes sobre a capacidade operacional da empresa.
Qualquer falha, por menor que seja, será politicamente amplificada.
Terceirização sem escudo político
Mais ainda: parte da coleta é feita por uma empresa terceirizada, o Consórcio LIMPAGYN.
E a terceirização, em Goiânia, já se mostrou uma faca de dois gumes.
Quando o serviço falha, o cidadão não distingue entre prestador e poder público: a cobrança vai para a conta do prefeito.
Aposta alta de Mabel
A taxa do lixo, portanto, não é apenas uma medida administrativa. É um teste político.
Sandro Mabel apostou alto.
Se conseguir entregar uma cidade mais limpa do que as gestões anteriores, ganha um trunfo eleitoral.
Mas, se tropeçar, corre o risco de ver essa taxa se tornar o principal símbolo do desgaste da sua administração.
Na prática, o cronômetro já começou a rodar.
E agora, cada lixeira cheia será também uma cobrança, não só financeira, mas política.
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