Uma bola debaixo do braço, ou melhor, no pé, e um sonho compartilhado por milhões de brasileiros. Natural de Goiânia, Vitor Mota não foi valorizado pelo futebol da capital e, hoje, veste a camisa da base do Internacional de Porto Alegre.
O garoto de 11 anos é diferenciado: meia canhoto que joga com a cabeça erguida, estilo em falta no futebol contemporâneo. Bom de bola parada, driblador e armador, acabou tendo que levar sua habilidade para o lugar mais frio do país.
Seu “empresário”, que também responde pela função de pai, Daniel Marques, explica o que ocorreu: “É claro que a gente ia preferir ficar em Goiânia, onde mora nossa família, mas eu e ele fizemos as malas e nos mudamos para Porto Alegre porque sei que lá ele vai ter toda condição de se tornar um grande atleta”.
Segundo Daniel, a base esmeraldina não oferece tanto acompanhamento para o jogador em formação e nem mesmo disputa todos os torneios das categorias de base nos quais são revelados vários talentos.
Currículo
A proximidade com o futebol está presente desde os três anos de idade. Aos sete, começou a jogar com a camisa do Goiás, clube pelo qual disputou vários campeonatos locais, faturou títulos e marcou dezenas de gols.
Mais tarde, aos nove anos, foi “encontrado” por um olheiro do São Paulo. Segundo o pai, devido à falta de apoio da equipe esmeraldina, Vitor optou pelo tricolor, que tem uma das maiores estruturas do futebol do continente. Lá, passou por período de testes, foi aprovado e também deixou sua marca.
Mas foi quando seu pai recebeu um contato do Inter que as coisas mudaram para a família Marques. Depois de assistir a um vídeo com lances de Vitor na internet, o time gaúcho procurou Daniel e fez o convite para que ele levasse o filho ao Rio Grande do Sul.
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Internacional
Paralelamente, Vitor também tinha a oportunidade de jogar no Santos, clube do seu ídolo Neymar. O pai explicou a situação, ponderou que, se por um lado o Inter e até mesmo Porto Alegre servissem como um “estágio” de como é jogar na Europa, por outro, o Santos é o clube formador de vários dos jogadores mais habilidosos da nossa história.
Mas, como explicou o pequeno craque, as amizades e a afinidade falaram mais forte. Mudaram-se para Porto Alegre em abril de 2016. Apenas metade da família foi (mãe e irmã ficaram em Goiânia) e os custos de vida no novo endereço apertaram o orçamento. Porém, os benefícios falaram mais alto.
Como os clubes só podem oferecer alojamento para rapazes com mais de 14 anos e contratos profissionais a partir dos 16, o diferencial está na estrutura oferecida. No Inter, Vitor tem alimentação, acompanhamento nutricional e psicológico, preparação física, treino funcional e de fundamentos, além de escola particular.
Futuro
Tímido na hora de responder às perguntas da reportagem, Vitor Mota muda de figura ao brincar com a bola: fica à vontade. Sua meta é algum dia vestir a camisa da Seleção Brasileira, a mesma 10 já carregada por Rivaldo, Zico e Pelé. Profissionalmente, seu desejo é algum dia defender o Real Madri, de Cristiano Ronaldo.
Quando é perguntado sobre o que quer agora, Vitor, no auge dos espontâneos 11 anos, não titubeia: “Não sei, só quero jogar futebol”.
Veja mais lances impressionantes do menino de apenas onze anos em seu perfil no Instagram.
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