A morte de alguém que exala vida, bom humor e entrega a tudo o que faz não merece um simples e formal registro. Distância daquelas notas pontuando os mais de 60 anos como produtor musical, diretor, ator, locutor e por aí afora. Luiz Carlos Miele foi reencontrar o amigo Ronaldo Bôscoli “de fininho” na manhã de hoje. Um mal súbito o levou no momento em que, aos 77 anos, transbordava vontade de realizar novos projetos.
Não me sai da cabeça a imagem do artista feliz com o ritmo frenético da carreira. “Não sei mais quanto tempo vou ficar por aqui”, dizia com um largo sorriso no rosto. Ficou o tempo suficiente para escrever e contar muitas histórias. Era a especialidade do paulista com alma de carioca. Seus amigos ficavam impressionados com a disposição para frequentar eventos sociais, beber as famosas doses de uísque e não se preocupar com atividades físicas. “A intensidade do Miele deveria ser melhor estudada por especialistas”, comentou um deles.
A mil por hora
A verdade é que Miele foi um privilegiado por não ter parado um minuto sequer. Ergueu uma estátua em tamanho real na sua residência em São Conrado (RJ), construiu um casamento de quase meio século e, nos últimos dois anos, teve a parceria da bela Aline Riscado na Dança dos Famosos e finalizou o projeto de contar suas memórias em um livro.
Ritmo intenso que lembrou os áureos tempos da Bossa Nova com Roberto Carlos e Elis Regina. Esse é o grande legado que Miéle nos deixou: a capacidade de conciliar produção com entusiasmo, sem abandonar aquela pitada característica de bom humor. O mundo anda chato e quadrado demais, pior ainda quando artistas do quilate de Miele nos deixam na plenitude da atividade profissional.
Rápidas
… Alguém precisa colocar ordem nas transmissões dos jogos da seleção. Com quatro comentaristas – Galvão, Casagrande, Júnior e Arnaldo – qualquer tema vira polêmica, mesmo aqueles insignificantes para o torcedor.
… Marconi Perillo não está nem aí para os adversários que criticam as sucessivas viagens para outros estados e também as internacionais. Na avaliação do governador e assessores mais próximos, a visibilidade e o intercâmbio com outras realidades administrativas são fundamentais para “consolidar o projeto nacional em 2018”. Resumindo: Goiás ficou pequeno, muito pequeno para Marconi.
… Desconfie do partido que diz ter muitos pré-candidatos a um cargo executivo. É o caso do PT (4) e do PSDB (8) em Goiânia. Em política isso tem nome: risco n’água. Não é o caso de PMDB e PSB, reféns das postulações de Iris Rezende e Vanderlan Cardoso.
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