A jornalista Fabiana Pulcinelli (GJC) revelou, em sua conta no Twitter, ter sido questionada sobre o valor do show da dupla sertaneja João Neto e Frederico em comemoração ao aniversário de Goiânia.
Respondeu, de pronto, que a Prefeitura de Goiânia desembolsou R$ 197 mil – R$ 135 mil referentes ao cachê e mais R$ 62 mil destinados aos equipamentos. Dados, segundo ela, disponíveis no Portal da Transparência.
O questionamento feito por internautas merece uma análise mais detalhada por conta de polêmicas do passado.
Quem não se lembra dos R$ 850 mil pagos pelo Governo de Goiás aos sertanejos Leonardo e Eduardo Costa, protagonistas do “Cabaré” mais badalado do réveillon 2015?
Outro parâmetro de comparação mais recente: R$ 880 mil gastos com 5 shows pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia, em maio deste ano, para comemorar o aniversário da cidade.
Entre as atrações, Gusttavo Lima (R$ 400 mil), Naiara Azevedo (R$ 150 mil), Gabriel Diniz (R$ 150 mil), Léo Magalhães (R$ 130 mil) e Isadora Pompeo (R$ 50 mil).
Sertanejo
Alguns fatores incomodam mais os críticos do que os cachês dos shows, que são contratados com dispensa de licitação, portanto aleatoriamente.
O principal: utilizar o dinheiro público para fins mais nobres, segundo eles, e não “desperdiçá-lo” com apresentações musicais de gosto duvidoso.
O predomínio do gênero sertanejo, acompanhado de atrações religiosas, geralmente provoca um bombardeio de comentários negativos nas redes sociais.
E o ponto mais sensível a ser atacado é justamente o valor pago pelas apresentações.
Resumindo: R$ 197 mil para um show de João Neto e Frederico está dentro do padrão de mercado. O mesmo aconteceu com os R$ 880 mil em Aparecida de Goiânia.
Parece fora da realidade, mas não é. O “Cabaré” de 2015 superou em R$ 50 mil o show de Zeca Pagodinho, no Réveillon de Copacabana, porque era a sensação do momento no país.
Enquanto prevalecer a lei da oferta e da procura no universo artístico, os governantes seguirão escolhendo atrações de maior apelo popular para animar suas datas festivas.
Gosto não se discute. Mesmo sendo dinheiro público.
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