Na noite desta terça-feira, 28, três homens mascarados fizeram um arrastão no Colégio Estadual Manoel Libanio da Silva, em Abadia de Goiás, Região Metropolitana de Goiânia. Veja o vídeo abaixo.
Não foi a primeira e, infelizmente, não será a última vez que este tipo de crime é cometido no Estado. Mas surpreende que até mesmo em uma cidade de pequeno porte como Abadia a criminalidade esteja tão fora do controle.
Portando arma de fogo, os criminosos passaram de carteira em carteira, amedrontando adolescentes e tomando celulares, dinheiro e objetos pessoais de alunos e professores.
A violência em Goiás chegou a tal ponto que nem mesmo estudantes têm paz dentro dos muros da escola. Correm risco também os trabalhadores que voltam para casa de ônibus, mães e pais que buscam filhos no colégio e até mesmo quem não sai de dentro de casa: ninguém está seguro.
Segundo a ONG mexicana Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal, em 2015, Goiânia ocupava a 29ª posição entre as 50 cidades mais violentas do mundo. A estatística demonstra que neste mesmo ano foi registrada uma média de 43,38 homicídios por 100 mil habitantes. E qual é a resposta do Governo?
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Menos PM
A cada novo mandato, os governantes propõe aumentar o efetivo das forças de segurança, equipá-lo melhor e pagar melhores salários. Na prática, o que ocorre é o inverso: de acordo com “O Popular” baseado em dados do portal Goiás Transparente, entre dezembro de 2012 e dezembro de 2016, a PM perdeu 149 policiais na ativa, o equivalente a uma baixa de 1,24%.
Felizmente, não houve feridos no caso de Abadia. Mas até onde poderão chegar a violência e a ousadia dos criminosos antes de uma ação enérgica ser tomada pelas autoridades competentes?
Goiás precisa de bons policiais nas ruas, com remuneração compatível com a periculosidade e complexidade do serviço e sem horas extras extenuantes. Precisa de investimentos pesados na estrutura das escolas da rede pública. Do contrário, manchetes como essa serão cada vez mais frequentes nos noticiários locais.
Leia nota da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte:
“A Seduce informa que já solicitou à Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) o reforço do policiamento na região e ressalta ainda que não se trata de um fato isolado, mas um reflexo da violência que ocorre fora dos muros da escola não apenas em Goiás, mas em todo o país, apesar dos esforços das autoridades em conter a ação dos bandidos.”
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