Lembra de “Tropa de Elite”? No sucesso de bilheteria dirigido por José Padilha, o expectador é testemunha do extenuante curso para admissão no Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) do Rio de Janeiro, no qual poucos homens resistem até o fim.
Mas seriam somente homens?
Em Goiás, 3 mulheres testaram seus próprios limites, desafiaram o preconceito e hoje ostentam fardas pretas que invejam muitos policiais experientes.
As cabos Daniella (34), Malba (33) e Márcia (30) são policiais militares formadas para policiamento especializado.
A reportagem da Folha Z as conheceu em 2015, na 43ª Companhia Independente da PM (43ª CIPM), em Aparecida de Goiânia.
Diferente de policiais femininas em outros setores da Segurança Pública, elas participaram de operações com alto nível de complexidade.
Simpáticas, bonitas e, principalmente, competentes, as mulheres de preto também metem medo na criminalidade.
Curso
Segundo o ex-comandante da companhia e um dos responsáveis por ministrar os cursos de admissão, major Rodrigo Bispo, as mulheres não tiveram facilidade alguma em relação aos homens.
“Geralmente, as mulheres fazem flexões com apoio dos joelhos, mas não elas, fizeram o treinamento exatamente como para o masculino”, disse o major, que se sente privilegiado por ter tido profissionais tão eficientes a seu serviço.
Antes de chegar a esse posto de prestígio na PM, é preciso enfrentar longo treinamento, que inclui testes de técnica, força e muita, muita resistência.
Percorrer distâncias carregando peso, sem se esquecer, é claro, da farda molhada e do coturno encharcado.
Para Márcia, que continua em Aparecida, as mulheres costumam se acomodar na posição que a sociedade impõe a elas, quando tudo não passa de uma questão de força de vontade e dedicação.
A cabo Malba é casada com o major Rodrigo Bispo. Juntos, eles possuem 1 filho de 9 meses.
Atualmente, o major comanda a CPE da Cidade de Goiás, local onde a esposa também trabalha.
Já a policial Daniella está trabalhando na superintendência de inteligência da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
Com as fardas negras impecáveis, elas pareciam muito satisfeitas com a possibilidade de saírem às ruas para enfrentar a violência e, dessa forma, impactar positivamente na vida da comunidade.
E Malba afirmou que aceita o desafio de servir de exemplo para que mais “pfem” [gíria policial para policial feminina] integrem as polícias especializadas e, talvez, também se tornem mulheres de preto.
Além disso, Daniella destacou que nem tudo é força física, sendo muito importantes a estratégia e a execução.
Contato com a comunidade
“Existem métodos diferenciados de operação para equipes com mulheres, mas é bom destacar que elas participam de abordagens, perseguições e até troca de tiros com muita tranquilidade e perícia”, ressaltou o ex-comandante Rodrigo Bispo.
Para os policiais, a boa relação da equipe com a população está em ações como a entrega de brinquedos às crianças nas ruas e o atendimento às queixas e necessidades da população, além da presença das mulheres.
Para o major Bispo, com uma longa carreira na Segurança Pública, policiamento comunitário é a chave para a tranquilidade. “A boa receptividade em meio à população é a melhor recompensa deste trabalho”, finalizou.
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