Saco de pancada
Ao se consolidar no segundo lugar, dez pontos à frente do tucano Aécio Neves, na disputa presidencial, a ex-senadora e ex-ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, assumiu também o posto de saco de pancada da campanha. E por mais assustados que os petistas estejam, a avaliação de assessores próximos da presidente Dilma Rousseff é de que Marina será duramente golpeada pelos marqueteiros de Aécio Neves, o que deixaria o caminho mais livre para a candidata à reeleição, pelo PT.
Como bater?
Mas existe uma ala do PT que defende que o partido também faça duras investidas contra a escalada de Marina Silva. O problema seria bater em uma ex-companheira de partido, aliada histórica do ex-presidente Lula e que ajudou a firmar a imagem do PT como uma legenda que tinha um projeto de futuro para o Brasil. Há quem avalie que neste momento, a volubilidade partidária de Marina não interessa ao eleitor. É que Marina Silva deixou o PT, foi para o PV, de onde saiu para criar a Rede Sustentabilidade e, por não conseguir, abrigou-se temporariamente no PSB.
De olhos abertos
Os números da pesquisa Ibope divulgada na terça-feira até ajudaram a acalmar os ânimos da ala mais desconfiada do PSB, que viu o partido ser ancorado nas mãos de uma candidata que estaria na legenda apenas por uma temporada. Ainda assim, há a desconfiança de que o PSB possa ser jogado para escanteio, caso ela seja eleita, e assim que a Rede Sustentabilidade for criada. A fundação do partido é apenas uma questão de tempo.
Mudança de rumos
Ainda falta acertar o rumo, mas um parlamentar do PT, que pediu para não ser identificado, garantiu que o partido vai mudar o tom da campanha, por conta do crescimento de Martina Silva. A primeira avaliação, segundo ele, é de que o PT precisa continuar a destacar os avanços dos últimos 12 anos, mas precisa apontar para futuro, o que Marina tem feito, ao fazer questionamentos. Aécio estaria sofrendo do mesmo mal do PT: lembrando demais do passado.
Ficha suja
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) comemorou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que negou registro de candidatura ao ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. É que o MCCE foi o organizador do movimento que coletou assinaturas para a criação da Lei da Ficha Limpa. A ONG reúne cerca de 50 entidades que agrupam juízes, ministros, procuradores, advogados, jornalistas e trabalhadores em geral.
Ainda assim
E apesar de ter sido flagrado com a mão na massa, recebendo dinheiro do propinoduto que abasteceu o mensalão do DEM, Arruda lidera as pesquisas de intenções de votos em Brasília. Ele tem 37% da preferência do eleitorado. Como ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador segue firme na candidatura. Diz que foi vítima de golpe.
Nova campanha
Depois da Ficha Limpa, a batalha do MCCE agora é recolher assinaturas suficientes para pressionar o Congresso a votar um projeto de reforma política que se arrasta há anos na Câmara e no Senado. Entre as propostas do MCCE está a que proíbe a doação de empresas para financiar campanhas políticas e a criação do segundo turno das eleições para vereador e deputado.
Na fila
Enquanto a campanha segue firme, os Tribunais Regionais Eleitorais e o TSE tentam apreciar todos os processos de candidatos que tiveram as candidaturas barradas pela Lei da Ficha Limpa. Só deputados federais foram 27 e nove casos ainda não foram apreciados. O ministro Dias Toffoli, presidente do TSE, garantiu que tudo estará resolvido até outubro.
Discussão sobre isso post