Governo paralelo
Depois de eleito presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já vem sendo considerado uma espécie de presidente paralelo da República. Até no Palácio do Planalto se tem essa sensação, segundo um assessor da Presidência, que pediu para ter a identidade preservada. É que a partir de agora Cunha tem a faca e o queijo na mão, por ter o poder de determinar os projetos que entram ou não na pauta da Casa. E isso tem impacto direto nos interesses e nos projetos da Presidência da República. Consciente do risco, Dilma Rousseff teria até ensaiado o tom da conversa que teria com Cunha, para evitar que o conflito se estabeleça de vez. O problema é que nem os principais assessores do Planalto conseguiram identificar quem pode ser escolhido para atuar como uma espécie de algodão entre os cristais, para atenuar o clima entre a presidente e o deputado, pelos próximos dois anos.
O papel de Renan
Com o comando da Câmara nas mãos do desafeto, toda a esperança da presidente Dilma Rousseff recaiu sobre o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Caberia a ele o papel de corrigir possíveis estragos causados pela gestão de Cunha na Câmara, uma vez que o Senado é a Casa revisora. O problema é que modificações feitas por uma Casa têm de ser referendadas pela Casa que originou a mudança, e aí o clima de guerra pode ficar ainda mais evidente. Mais uma vez, os assessores da presidente procuram um nome para tentar suavizar a situação.
Articulação
Depois de apoiar o senador Luiz Henrique (PDB-SC) para presidente do Senado, o PSDB e PSB ficaram sem nenhum cargo na Mesa. Irritados, os parlamentares das duas legendas já articulam maneiras de enfrentar o presidente reeleito na divisão dos trabalhos nas comissões. E planejam minar o terreno do Governo também somando forças e trocando informações com os colegas oposicionistas na Câmara.
Preço da fidelidade
A fidelidade de Renan Calheiros à presidência da República, no comando do Senado tem nome e significado: Renanzinho. O filho do senador foi eleito governador de Alagoas, um estado pobre, que depende e muito do repasse de verbas federais. O vice-presidente Michel Temer seria o responsável direto por cuidar do estado, no Palácio do Planalto.
Nova CPI?
Principal porta-voz da oposição, quando a imprensa precisa de informação mais segura, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) está sem a mínima esperança de que uma nova CPI da Petrobrás surtir algum efeito concreto no Congresso. Até porque, a que foi criada foi articulada por oito partidos da base aliada. À oposição caberá o papel de tentar criar mais um relatório paralelo, ao final do processo. Ainda assim, segundo o senador, a oposição vai tentar entrar de sola, ao menos para causa estardalhaço.
Jogo midiático
E a oposição, segundo o senador Álvaro Dias, vai, finalmente, sair do armário para travar uma guerra na mídia, contra o atual governo. A ordem é investir em dossiês e denúncias documentadas para municiar jornalistas. Tudo nos mesmos moldes do PT, quando os tucanos governavam o país.
Aposta
A escolha do o deputado Sibá Machado (AC) como novo líder do PT na Câmara encheu de esperanças a comunidade científica brasileira. É que o deputado é relator do Projeto de Lei denominado de Código de Ciência e Tecnologia. Nos últimos quatro anos, Sibá participou de audiências públicas sobre matérias que devem compor o novo Marco Legal de CT&I. A aposta é que na liderança ele tenha mais força para botar o projeto em votação e mais fôlego para angariar votos para aprovar a medida.
Farra das passagens
Começou como piada e ganhou as páginas de jornais, mas já ganha força o pedido para que os cofres públicos banquem passagens aéreas para mulheres de deputados e senadores. Entre os mais críticos, chamam a possível medida de garantia de visita íntima.
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