Guerra perdida 1
Os principais assessores e interlocutores da presidente Dilma Rousseff já deram como perdida a guerra entre a presidente e os aliados rebeldes no Congresso nacional. A avaliação feita pelo grupo de apoio da presidente Dilma é de que a insatisfação que estava concentrada apenas no PMDB, inicialmente, se espalhou e contaminou os demais partidos, incluindo o próprio PT. A aprovação da renegociação das dívidas dos estados e municípios foi considerada a pá de cal na situação que começou a se agravar ainda no final do primeiro mandato.
Guerra perdida 2
A mudança de postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi apontada como o “risca fósforo” no barril de pólvora da relação, já estremecida com o fortalecimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E depois que os dois presidentes passaram a discutir estratégias de ação, os demais parlamentares se sentiram mais à vontade para atuar de acordo com os próprios interesses, independente da posição em relação ao governo.
Não teve jeito
Em relação à dívida dos estados e municípios, uma das maiores defensoras do governo na Câmara, a deputada e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS) foi taxativa: não dava para votar contra a proposta, apesar do pedido da presidente Dilma Rousseff, que alegou necessidade de ajuste nas contas. Segundo a deputada, a União precisa socorrer os municípios, principalmente depois da perda de receita que eles tiveram graças à política de desoneração, adotada nos últimos anos. É que no pacote de bondades implementado pelo governo estava sempre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da construção civil, linha branca e de carros. Acontece que o IPI entra na composição do Fundo de Participação dos Municípios, verba que sustenta integralmente todos os pequenos municípios brasileiros e é um socorro e tanto para as cidades maiores.
Lei do silêncio
Por falar em Maria do Rosário, a deputada informou, com exclusividade, que pretende apresentar um projeto proibindo os veículos de comunicação a entrevistar bandidos condenados por crimes hediondos. Prática comum no Brasil, esse recurso dos veículos chamou a atenção da deputada depois que o apresentador Gugu Liberato entrevistou Suzane Von Richthofen e o ex-goleiro Bruno. Segundo Maria do Rosário, a prática ajuda a valorizar o criminoso e não o contrário. A deputada também defende o projeto de regulação econômica da mídia brasileira.
Mais aumento
Não está no Orçamento deste ano, mas a aprovação de reajuste de salário dos servidores do Judiciário, que passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, pode ajudar a acalmar os ânimos da categoria. O projeto ainda precisa passar pelo Senado, mas já alivia a tensão instalada entre os servidores e os juízes e procuradores. Esses dois últimos tiveram aumento, mas os servidores estão há anos sem reajustes e vivem, neste momento, um estado de greve. No palácio do Planalto o consenso é de que o possível aumento precisa ser vetado. No Senado, o presidente Renan Calheiros já teria dito que seria mais um veto a ser derrubado.
Vida dura
Tem sido difícil a vida do líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Além de receber a tarefa de tentar convencer os deputados da base governista a pensar e agir como governistas, o parlamentar ainda recebeu a incumbência de fazer aquilo que o Palácio do Planalto não faz: se comunicar. Todos os dias ele atende jornalistas antes e depois de reuniões com a bancada. Tem sido dele a tarefa de falar em nome do governo.
O problema….
O problema é que nem sempre o deputado tem autonomia e legitimidade para falar em nome da presidente Dilma. E nem ele estaria gostado disso, segundo um parlamentar da bancada.
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