Pacto federativo
Deve ficar pronto até o dia 24 o escopo do projeto que deve estabelecer o novo pacto federativo brasileiro. A lei é a que pode redefinir os papeis e as obrigações da União, dos estados e dos municípios. O presidente da comissão especial criada para formatar a proposta é o deputado federal Danilo Forte (PMDB-BA). Segundo ele, o mais difícil vai ser convencer o governo federal e os estados mais ricos a abrir mão de recursos para estados e municípios mais pobres.
O problema
O principal problema a ser enfrentado na criação de um novo pacto federativo é a necessidade de uma reforma fiscal que permita que chegue mais dinheiro aos cofres das prefeituras, sem que isso signifique aumento de impostos para o contribuinte. Nesse caso, quem teria de abrir mão seria o governo federal, que hoje fica com 68% de todos os impostos arrecadados no país. Obrigar o governo a enxugar a máquina pública é outro desafio. Além de 39 ministérios, o país tem 22 mil servidores federais contratados sem concurso. Na hora de cobrar por melhorias, por serviços e por melhor estrutura, o eleitor acaba por bater na porta das prefeituras, já que é nos municípios que a vida acontece, segundo o deputado Danilo Forte.
Gostou da política
Bastaram três meses de mandato e o deputado federal Sérgio Reis (PRB-SP) já decidiu que vai tentar se reeleger para a Câmara Federal em 2018. Sérgio Reis foi meu convidado do Jogo do Poder desta semana. Segundo ele, a política foi uma maneira que encontrou para tentar melhorar a vida de quem deu a ele uma das mais longevas e vitoriosas carreiras da música brasileira. O deputado também revelou que é a favor da redução da maioridade penal, de maneira ainda mais radical. Ele defende a responsabilização criminal de adolescentes a partir dos 14 anos.
Queda de braço
Com a imagem arranhada, depois dos primeiros confrontos com o governo, e com um histórico de desgaste político, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) escolheu o confronto com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como ponto de fortalecimento e ressurgimento positivo no noticiário. A estratégia adotada pelo senador tem dupla finalidade. Além de se restabelecer perante a opinião pública, Calheiros quer evitar o crescimento de Cunha que estaria de olho na disputa por uma vaga no Senado, já em 2018. Como têm perfis semelhantes, em quatro anos os dois estariam disputando o mesmo território e isso poderia enfraquecer a imagem do senador em uma virtual disputa como candidato a presidente da República.
Cobrança pública
Como estratégia para se manter de maneira positiva no noticiário, Renan Calheiros já adotou o projeto de lei da terceirização como bandeira. Ao perceber a reação negativa da sociedade, principalmente nas redes sociais, o senador se apressou em dizer que vai tentar barrar a proposta no Senado e ainda deu um puxão de orelha na presidente Dilma Rousseff. Ele cobrou dela uma posição clara a respeito da proposta. E olhe que a presidente já havia anunciado que vetaria a proposta, caso ela fosse aprovada. Portanto, o senador usou o artifício apenas para fazer jogo de cena, segundo avaliou um assessor da Presidência.
De camarote
E por falar em presidência, a equipe de assessores do Palácio do Planalto comemora o fato de Eduardo Cunha e Renan Calheiros estarem em pé de guerra, neste momento. Dilma Rousseff também estaria vendo a situação com muito alívio, segundo confidenciou uma assessora da Presidência. É que enquanto os dois se batem, publicamente, o foco de escândalo e de desgaste sai do Palácio e vai para o Congresso. Até o vice-presidente Renan Calheiros, cacique maior do PMDB e responsável pela articulação política do governo, recuou. Todos preferem ver o duelo de camarote.
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