Perda de poder 1
Duas derrotas em duas votações e a sensação de ver o poder escorrer pelos dedos. Foi este o sentimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) ao ver a proposta do chamado Distritão, na “reforma política” ser derrotada já na terça-feira passada. Um servidor muito próximo do deputado garantiu que o sentimento de Cunha era de derrota e de encolhimento do poder, após uma ascensão quase meteórica nesta legislatura.
O presidente, segundo este assessor, tinha certeza de que os colegas aprovariam a proposta que garantia a eleição apenas dos parlamentares mais bem votados e acabaria de vez com o chamado coeficiente eleitoral.
Perda de poder 2
A proposta do Distritão também era defendida também pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) com quem Eduardo Cunha se alterna entre aliado e adversário, em momentos importantes. Na hora de enfrentar a presidente Dilma Rousseff, por exemplo, os dois são amigos de infância. No Senado a avaliação também é de que Renan Calheiros sai enfraquecido dessa votação.
Outra derrota
Outro ponto defendido por Eduardo Cunha, que também foi barrado, foi a tentativa de oficializar, na Constituição, a doação de empresas para campanhas e partidos políticos. Era uma manobra para tentar evitar que a situação fosse definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
onde a votação está suspensa, mas com seis votos a um, entre os 11 ministros, favoráveis à proibição das doações da iniciativa privada. Do jeito que está, nada muda, por enquanto.
No tapetão
O principal problema desta reforma colocada para ser votada no tapetão é o fato de o presidente Eduardo Cunha e os líderes dos partidos terem ignorado completamente o trabalho da Comissão da Reforma Política, que vinha há tempos formatando as propostas. Ao lotear para mandar para o plenário, Cunha enfraqueceu as propostas e o eleitor sai com a sensação de que a reforma não reformou nada.
Para entender
Para ficar bem explicadinho o porquê de esta reforma deixar praticamente tudo como está, basta o leitor se perguntar se os parlamentares que estão no Congresso mudariam regras das quais eles se beneficiaram e graças às quais eles foram eleitos para os cargos que ocupam.
Primeiro passo
A queixa protocolada pela oposição, pedindo que a Procuradoria Geral da República apure a responsabilidade criminal da presidente Dilma Rousseff na chamada pedalada fiscal do fim do ano é apenas o primeiro passo para pedir o impeachment do atual governo. De acordo com o deputado federal Vítor Lippi (PSDB-SP), se comprovada a responsabilidade da presidente, o caminho está aberto. Primeiro, a oposição tentou pegar a presidente na operação Lava-Jato, mas a culpa dela no escândalo da Petrobrás não foi confirmado.
Telefonia na mira
Por falar em Vítor Lippi, ele conseguiu convencer os colegas da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara a criar uma subcomissão especial para investigar a telefonia celular no país. O deputado assumiu a presidência da subcomissão que vai buscar explicações e tentar responsabilizar as empresas e o próprio governo pelo fato de o Brasil ter um dos dois piores e mais caros serviços de telefonia celular e internet móvel do mundo.
o parlamentar, está na falta de fiscalização e de punições mais severas às empresas que exploram o serviço no país. O problema, segundo ele, é que apenas cinco por cento do montante arrecadado nas contas de celular para ser investido em fiscalização é usado para isso. Os demais 905% vão para as mãos do governo e são usados para outras finalidades.
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