Liderado pelo CEO, Andrei Roman, o Instituto Atlas Intel cravou os resultados do 2º turno das eleições em Goiânia.
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Na última pesquisa divulgada, na véspera do pleito, a Atlas apontou Sandro Mabel com 55,5% e Fred Rodrigues com 44,5% nos votos válidos, quando são excluídos nulos e indecisos.
O resultado foi de apenas 0,3 pontos percentuais (pp) de diferença entre os números oficiais e a pesquisa: Mabel foi eleito com 55,53%, contra 44,47% para Fred.
Entre 1 voo e outro, o CEO do Atlas Intel Andrei Roman conversou com a Folha Z sobre o resultado das urnas na capital e explicou a realização e resultados das pesquisas.
O instituto não divulgou levantamentos públicos no 1º turno mas, segundo Roman, as observações internas já apontavam cenário bem volátil, diferente dos demais institutos.
“Desde o início nossas estimativas foram diferentes das outras pesquisas. Desde o início, captamos o Fred Rodrigues muito forte e no 1º lugar”, afirmou Andrei.
Conforme Andrei Roman, o Atlas Intel também captou uma ascensão constante de Mabel.
“Ele subiu constantemente ao longo de toda a campanha de 1º turno e, no 2º, vimos uma eleição bem disputada”, afirmou.
Foi somente na reta final da campanha que o instituto Atlas Intel captou a queda de Fred.
“Houve deterioração dele e fortalecimento do Sandro Mabel. Isso tudo diz respeito à campanha de Mabel, que se demonstrou bastante séria, enquanto a de Fred teve suporte na base do bolsonarismo, que comprovou-se não ser o suficiente para vencer estas eleições”, explicou.
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA:
Folha Z (FZ): Uma pesquisa de véspera do 1º turno (que não foi divulgada no dia, mas posteriormente) já apontou Fred na liderança e no 2º turno cravou o pleito. Como o Instituto captou estes números?
Andrei Roman (AR): Goiânia teve uma das corridas mais voláteis. A gente, desde o início, tinha estimativas bem diferentes das pesquisas presenciais.
O método Atlas é digital e tende a pegar o voto mais definido, com um eleitor mais convicto e acaba não sendo impactado por qualquer tipo de efeito humano, do eleitor envergonhado. É algo que não tem impacto em nossas coletas.
A coleta na internet é a mais difícil de calibrar em termos amostrais, por causa dos critérios de representatividade.
Desde o início nossas estimativas foram diferentes das outras pesquisas. Desde o início, captamos o Fred Rodrigues muito forte e no 1º lugar.
Ao contrário dos demais institutos, a gente não viu o Mabel cair. Ele subiu constantemente ao longo da campanha de 1° turno.
FZ: E no 2º turno? Qual a avaliação do instituto?
AR: Desde o início do 2º turno, houve uma eleição bem disputada.
Na reta final, a gente observou queda e deterioração do Fred. Houve um fortalecimento do Sandro Mabel. Isso tudo diz respeito à campanha de Mabel, que se demonstrou bastante séria, enquanto a de Fred teve suporte na base do bolsonarismo, que comprovou-se não ser o suficiente para vencer estas eleições.
O Fred começou muito forte por conta dos apoios políticos que ele tinha, não apenas do Bolsonaro, mas também do Gustavo Gayer e de outros influenciadores importantes desse campo conservador.
O que fez muita diferença foi um conteúdo de construção de Mabel que acabou afetando a imagem pessoal do Fred em termos de preparo, conteúdo e de propostas, e isso foi captado em nossas pesquisas.
FZ: Houve reclamações e eleitores de candidatos divulgando prints afirmando que não conseguiram responder às pesquisas. Por que alguns respondentes não conseguem responder novamente? É um meio de bloquear respostas?
AR: É um meio de impedir, cada pessoa que respondeu uma pesquisa está barrada de responder novamente, por um determinado período de tempo.
Isso comprova que o nosso mecanismo de segurança funciona e não pode incluir na mesma amostra uma pessoa duas vezes. São vários mecanismos. Cada questionário tem um token de identificação, a gente barra o IP de máquinas que já foram utilizadas para responder nossas pesquisas e também há outros controles que a gente usa para barrar todo tipo de manipulação.
Em nossa história, não temos nenhuma pesquisa que tenha sido afetada por algum tipo de questão de segurança de dados.
FZ: Houve um índice bastante baixo de nulos e brancos na pesquisa Atlas e não houve a captação destes eleitores que não foram às urnas votar. Por quê?
AR: A Quaest Consultoria popularizou a concepção do likely voter (do inglês, eleitor provável), que busca captar os eleitores por abstenção e captar apenas aqueles eleitores mobilizados a irem às urnas. Em todas as amostras há eleitores prováveis. Até porque elas são calibradas em cima de resultados de eleições anteriores, onde também parte do eleitorado não votou.
Se algumas pessoas sempre não votam e esse perfil é conhecido, é possível se dizer que todas as pesquisas têm o conceito de likely voter.
Isso também quer dizer que essa taxa de indecisão é bem menor em nossas pesquisas. A taxa menor do que as pesquisas presenciais é completamente relacionada a este conceito, porque ele está vigente o tempo inteiro, e não somente na pesquisa de véspera.
FZ: Havia um descrédito bastante grande com os institutos de pesquisa. Como a Atlas faz para tentar evitar essa situação e essas críticas de políticos e jornalistas?
AR: No nosso caso, não temos um descrédito, porque as nossas pesquisas foram as mais precisas no 1º turno em 9 de 11 estados. Eu lembro da pesquisa para governador em Goiás, que estava apertada.
Fomos a única pesquisa que captou um cenário bastante acirrado, com uma margem bastante estreita.
A Atlas chegou próximo a dizer que o governador Ronaldo Caiado corria o risco de não vencer no 1º turno.
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