Rodrigo Augusto
O deputado estadual Paulo Cezar Martins (PL), que até poucas semanas não poupava críticas ao governo de Ronaldo Caiado (UB), resolveu erguer bandeira branca em direção ao Palácio das Esmeraldas.
A mudança veio “em nome da possível governabilidade de Daniel Vilela (MDB)”, vice-governador e nome natural da base palaciana para a disputa de 2026.
E, assim, o parlamentar deixou para trás os discursos ácidos e adotou um tom mais domesticado, quase conciliador.

◾ O efeito foi imediato
Primeiro, Paulo Cezar foi recebido por Caiado no Palácio.
Ao lado de Daniel, posou para fotos com um sorriso ainda tímido, daqueles que denunciam certa hesitação no gesto novo.
Depois, já mais ambientado, participou da confraternização promovida pelo governador e seu vice com jornalistas do interior goiano.
O ex-crítico virava, ali, um convidado confortável da casa.
A relação entre Paulo Cezar Martins e Daniel Vilela nunca foi perfeita, mas sempre se guiou pelo respeito, desde os tempos em que o deputado ainda vestia as cores do MDB, antes de migrar para o PL.
Agora, completamente assumido como governista, o Carequinha da Alego , como o chamam com afeto funcionários da Casa e alguns eleitores, já mirou em um possível adversário de Daniel na corrida pelo governo: Marconi Perillo (PSDB).

Durante o rega-bofe com os operários da notícia, elevou o tom contra o ex-governador Marconi, hoje pré-candidato e ativo no projeto de voltar ao comando do Estado.
E, no meio dessas idas e vindas políticas, volta à memória uma conversa com um velho e sábio político de Aparecida de Goiânia.
Falávamos sobre crises conjugais e divórcios quando ele me entregou uma daquelas frases que ficam guardadas na gaveta da vida:
“O tempo cura tudo. Cura até queijo.”
Saudade das prosas, políticas e pessoais, com o sempre querido ex-deputado Léo Mendanha, já acolhido nos braços do Pai.
Outra recordação me visita.
Na porta da antiga sede da Assembleia Legislativa, ao lado do Bosque dos Buritis, ouvi de um também saudoso ex-parlamentar: uma definição impecável:
“Política é igual nuvem: toda hora que você olha para o céu, ela já mudou.”
Essa foi do inesquecível Francisco Gedda.
E, como as nuvens, Paulo Cezar Martins mudou.
Mudou – e, pelo jeito, está gostando da mudança.



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