John Constantine lida com monstros, anjos, demônios e com o próprio inferno. Mas, para se resumir em uma palavra o que anti-herói britânico representa… é melhor não resumir. Criado na década de 80 pelo mítico Alan Moore, o protagonista de “Hellblazer” é uma das principais referências para qualquer um que lide com o sobrenatural na cultura pop. Na TV, o garoto de Liverpool deu seus primeiros passos na adaptação de 2014 da NBC.
Muito desconfiados, os fãs da HQ (e até aqueles ocasionais leitores do formato, como o autor dessa coluna) fizeram o possível para manter as expectativas baixas quanto à produção televisiva. O histórico do canal (ressalvando “Hannibal” e outras poucas, é evidente) e fatos como a censura do uso de cigarro na tela eram motivos de sobra para que quase ninguém se empolgasse com a estreia da série, nublada pelas mais expressivas “Flash” e “Gotham”.
Mas, ainda que desacreditada e fraquejante nas primeiras semanas, “Constantine” mostrou forma e conteúdo interessantes para seguir em frente. Foram ao ar os sete primeiros capítulos da história e o fim da temporada já está prometido para o 13º. Porém, a possibilidade do cancelamento já assola todos os envolvidos na produção. #SaveConstantine atingiu os “trending topics” do Twitter, com forte presença brasileira.
Apesar de ter números de audiência tão baixos que justifiquem um cancelamento, o seriado surpreende cada vez mais com os acertos. Não há constância ainda, mas é uma aposta certa dizer que a interessante trama envolvendo o protagonista (interpretado por Matt Ryan) e o anjo Manny (vivido por Harold Perrineau, o saudoso Michael de “Lost”) vai deixar gosto de quero mais ao fim dos 13 episódios encomendados.
A semelhança com “Supernatural”, já sugerida aqui, deixou de ser um problema tão grande. A história dos irmãos Winchester chegou há dez anos à televisão (muito influenciada por “Hellblazer”, que fique claro) e é inevitável que a reação do espectador médio de seriados seja “ei, já vi isso antes naquela outra série”. Mas é possível perceber que os caminhos tomados pelas duas são muito diferentes.
O cuidado com o cânone dos quadrinhos e os tons mais sombrios de “Constantine” são um convite para qualquer fã do sobrenatural. Enfim, três recomendações: assista à série, leia mais Alan Moore e “Save Constantine”!
Marco Faleiro é estudante de jornalismo e já tem mais de duas mil horas de seriados assistidos – [email protected]
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