Alguns criminosos ficam marcados na história pela frieza do seu comportamento ou até mesmo repercussão dos seus atos.
Embora seja uma cidade jovem, Goiânia não é diferente e tem alguns criminosos famosos registrados em sua história.
Os crimes que eles cometeram ganharam atenção nacional e as tragédias vivenciadas pelas suas vítimas jamais serão esquecidas.
Confira, a seguir, a lista.
Criminosos famosos de Goiânia
Leonardo Pareja
Leonardo Pareja nasceu em Goiânia, em 1974, e cometeu o primeiro crime aos 21 anos.
Foi em Salvador (BA), quando sequestrou uma garota de 16 anos, sobrinha do então senador Antônio Carlos Magalhães, e a manteve refém por três dias.
Mesmo depois de liberar a garota, ele conseguiu fugir da polícia por um mês, percorrendo três Estados na fuga.
Preso no antigo Cepaigo, Leonardo protagonizou uma rebelião que durou seis dias.
O ato ganhou os holofotes da imprensa nacional principalmente porque ocorreu durante uma visita de autoridades.
Um deles era o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Homero Sabino de Freitas.
No meio da rebelião, Pareja subiu em uma caixa d’água com uma bandeira do Brasil e um violão. Do alto, tocou a música “Vida de Gado”, de Zé Ramalho.
Veja a seguir a cena que ficou marcada na história:
Ao fim da crise, ele fugiu com seis reféns.
No entanto, o que mais chamou a atenção foi o que ele fez assim que saiu do presídio: parou em um bar, bebeu e distribuiu autógrafos.
Preso novamente um dia depois, Pareja acabou assassinado na prisão, em dezembro de 1996.
O motivo: ter delatado um plano de fuga.
Mohammed d’Ali
Mohammed d’Ali Carvalho dos Santos matou e esquartejou uma jovem inglesa em Goiânia.
Cara Marie Burke tinha 17 anos em julho de 2008 quando foi morta a facadas dentro de um apartamento do Setor Leste Universitário.
O criminoso, Mohammed d’Ali, esquartejou o corpo da vítima e o colocou dentro de uma mala.
Logo depois, ele jogou os restos mortais em dois rios.
No Rio Meia Ponte, o tronco. No Córrego Sozinha, entre Leopoldo de Bulhões e Bela Vista, na Região Metropolitana, cabeça, braços e pernas.
De acordo com as investigações, o homicídio foi motivado pela vontade de Mohammed, não correspondida, de se casar com Cara para obter cidadania inglesa.
Julgado, ele foi condenado um ano depois a 21 anos de prisão por assassinato, esquartejamento e ocultação do cadáver.
Confira entrevista realizada por Batista Pereira com o assassino:
Oito anos depois do crime, Mohammed d’Ali morreu na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia.
De acordo com órgãos oficiais do Governo de Goiás, ele passou mal e acabou morrendo na enfermaria da unidade.
Vilma Martins
O caso de Vilma Martins repercutiu no início da década de 2000 quando vieram à tona informações sobre o sequestro de bebês cometidos por ela.
Segundo as investigações, Vilma sequestrou o bebê Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva em abril de 1979 em uma maternidade em Goiânia.
Posteriormente, ela registrou a criança como Roberta Jamilly Martins Borges e a criou como se fosse sua.
Sete anos depois, ela sequestrou no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, o recém-nascido Pedro Rosalino Braule Pinto.
O menino, que ficou conhecido como Pedrinho, foi rebatizado por ela como Osvaldo Martins Borges Filho.
Veja entrevista feita com a criminosa por Geraldo Luís em 2015.
https://youtu.be/fw3ssoe6bas
Foi em 2002 que uma denúncia levou as autoridades a conhecer os crimes de Vilma Martins.
Gabriela Azeredo Borges, neta do marido de Vilma, desconfiou que Osvaldo era o recém-nascido sequestrado em Brasília depois que viu uma foto do menino no site SOS Criança, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Ela notou semelhanças e começou a investigar o caso pela internet.
Já em 2003, ela foi condenada a 15 anos e nove meses de prisão pelos sequestros.
A pena foi convertida em regime aberto cinco anos depois. Por cumprir um terço da pena, ela teve obteve a liberdade condicional.
Sílvia Calabresi
A empresária Sílvia Calabresi foi condenada a 14 anos, 11 meses e 5 dias de reclusão por torturar uma adolescente em Goiânia.
Foi uma denúncia anônima levou a polícia à menina Lucélia da Silva em março de 2008. Aos 12 anos, ela foi encontrada acorrentada em uma escada, amordaçada e ferida.
Vítima de maus-tratos, ela estava no apartamento de Silvia, no Setor Marista.
A delegada que cuidou do caso foi Adriana Accorsi, que depois se tornaria deputada estadual em Goiás.
Reveja o momento do resgate de Lucélia no vídeo abaixo:
https://youtu.be/PWPDvu-_y4s
Segundo a investigação, a polícia determinou que a empresária criava a jovem com autorização da mãe biológica, uma adoção irregular.
Mas, em vez de dar-lhe os cuidados básicos, a feria com alicate nos dedos das mãos e dos pés, na língua e no corpo.
Além disso, a mulher também apertava os dedos da criança em portas e a queimava com ferro de passar roupa.
Em 2014, a empresária conseguiu o benefício de progressão de pena e foi transferida para o regime semiaberto.
Já Lucélia continuou os estudos, casou-se e diz ter perdoado Sílvia.
Em entrevista a um portal de Campo Grande, Lucélia contou sobre sua vida atual, o filho de dois anos e as palestras que faz pelo Brasil.
Thiago Rocha
Condenado em mais um júri em setembro de 2018, Tiago Rocha já tem penas que somam somam 684 anos de detenção.
Aos 30 anos, o homem que ficou conhecido como o Serial Killer de Goiânia está preso desde 14 de outubro de 2014, no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Ao ser detido, Tiago confessou ter assassinado 39 pessoas, a maioria mulheres, entre os anos de 2011 e 2014.
Dos 33 julgamentos que até agora enfrentou por homicídios, ele foi absolvido em apenas três.
Confira entrevista da Record com o assassino realizada em 2017:
A caçada por Tiago gerou furor na mídia e na população goiana.
A princípio, áudios em aplicativos alertavam para a presença de um assassino que andava em uma moto e matava mulheres em pontos de ônibus.
Com a atenção nacional e a pressão pública, uma ação coordenada das forças policiais goianas acabou chegando até o criminoso.
E, mesmo preso, o serial killer escreveu um livro sobre vida criminosa e sobre sua posterior conversão religiosa.
A publicação da obra, intitulada “Tiago Rocha: Um pouco da história por trás de um serial killer”, revoltou familiares de vítimas.
Quem ajudou o criminoso a escrever o livro foi outra figura controvertida.
Adorado por uns e contestado por outros, o padre Luiz Augusto Ferreira da Silva é apontado como servidor fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
LEIA MAIS: Cinco crimes que chocaram Goiânia
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