Em entrevista à “Veja”, padre acusado de molestar garoto deficiente aparentou tranquilidade, disse que o garoto teria inventado toda a história porque se sentiu rejeitado por ele. Segundo a vítima, integrante da Igreja Católica beijou-o na boca e segurou seu pênis dentro da sauna
Preso desde o dia 4 de junho, o padre Fabiano Gonzaga, de 28 anos, negou acusação de que teria abusado sexualmente de um adolescente de 15 anos com deficiência mental no Caldas Termas Clube, em Caldas Novas. Indiciado por estupro de vulnerável, ele pediu que fiéis orassem pela sua absolvição. O caso aguarda manifestação do Ministério Público de Goiás. A pena para esse tipo de crime é de até 15 anos de reclusão.
Em entrevista à revista “Veja”, o padre aparentou tranquilidade, disse ser vítima de uma grande injustiça e que sonha voltar a celebrar missas em sua paróquia, no município de Frutal (MG). Ele afirmou acreditar que o garoto teria se sentido rejeitado e inventado toda a história. “Não tinha como eu praticar sexo oral no garoto e ainda ejacular em sua boca uma vez que a sauna estava aberta ao público e sem tranca na porta”, disse.
LEIA MAIS: Fraude repugnante em Goiânia: R$ 15 mil por uma vaga de UTI
Fabiano também relatou à revista que planeja provar a sua inocência e retornar à paróquia, já que sua vida religiosa provaria o contrário das acusações feitas. O único recado que deixou aos seus fiéis foi “Orem por mim”.
Mãe
A revista também entrevistou a mãe da vítima, que contou que o filho não sai mais de casa. Católica, ela disse estar revoltada com a barbaridade supostamente cometida pelo padre. “Na hora que eu o ouvi declarando a profissão na delegacia, quase morri”, afirmou.
De acordo com o relato da mãe presente na reportagem, o filho ainda é muito infantil devido à deficiência: “ele só escuta músicas infantis”. “Ele era um adolescente alegre e tranquilo. Agora, está calado, não quer mais ir à escola e parou até de perguntar para onde a gente vai”, lamentou.
O caso
De acordo com a delegada Sabrina Leles, titular da Delegacia da Infância, Juventude e da Mulher de Caldas Novas, o jovem entrou na sauna em que estava o padre. Segundo relato da vítima, assim que se viu sozinho com o menino, o religioso beijou-o na boca e segurou seu pênis. Gonzaga, então, impediu a saída da vítima. Na sequência, ele teria abaixado a sunga e dito ao menino que ele só sairia dali se praticasse sexo oral. Amedrontado, o menino obedeceu, e, só depois que “um líquido molhou” sua língua, foi permitida sua saída. Após o abuso, o adolescente procurou a mãe e disse que precisava “escovar os dentes”.
“Na hora que ele contou pra mãe e apontou o autor, ela foi até ele tirar satisfações, gritou com ele, estava muito nervosa. Ele ficou quieto. A administração do clube acionou a polícia”, disse a delegada, que também relatou que a vítima “narrou minuciosamente” a história na delegacia.
LEIA MAIS: Veja a edição de junho do Folha Z impresso
Fotos
Em depoimento, o padre afirmou ser heterossexual e celibatário. Mas seu celular, apreendido, registra conversas de cunho sexual com mais de cinquenta homens desde outubro de 2014. Elas incluem trocas de nus, até do próprio padre, que, no mesmo período, marcou encontros com 38 homens, contrariando seu depoimento. “Ser homossexual não incrimina ninguém. Mas, nesse caso, o padre está acobertando sua verdadeira orientação sexual para se livrar de uma acusação grave”, resumiu a delegada Sabrina Leles.
Discussão sobre isso post