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A Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR) prendeu 5 pessoas temporariamente suspeitas de participarem de fraude na regulação médica no SUS em Goiás.
Entre os detidos na Operação Hipócrates está o ex-prefeito de Teresina de Goiás, Odete Teixeira Magalhães, e o vereador Joubert Tolentino Meira (Cidadania), de São Miguel do Araguaia.
Segundo o Ministério Público, Odete Teixeira foi condenado por improbidade administrativa e teve seus direitos políticos suspensos em 2018.
Já Joubert foi eleito vereador de São Miguel em 2021 e tem mandato até 2024.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos. O espaço segue aberto para esclarecimentos por meio do telefone (62) 99825-0803.
Dos presos, apenas 1 segue detido nesta 3ª feira (14) depois que o prazo da prisão provisória se expirou.
A identidade dele não foi revelada pela Polícia Civil.
Esquema na Saúde de Goiás
O esquema incluía pagamentos de até R$ 5 mil para que pacientes pudessem furar a fila de espera de cirurgias.
Procedimentos principais eram plásticas, como abdominoplastia e mamoplastia.
Outras pedidos de cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações também eram fraudados.
O delegado responsável pela investigação, Danilo Victor Nunes, afirmou que os políticos investigados atuavam como intermediários entre os pacientes e o operador do sistema de regulação médica que possuía cadastro no sistema para fazer as inserções indevidas.
Danilo Victor suspeita que o esquema estivesse ativo desde 2020 e que, só nos últimos 6 meses, apenas 1 operador tenha feito mais de 1.900 inserções fraudulentas no sistema de regulação médica estadual.
Trata-se de Ismaclei Junior Tavares, empresário que foi preso na sua casa em Goianira.
No local, os policiais encontraram o sistema da regulação da Saúde aberto e com fichas físicas de pacientes.
Como funcionava o esquema na regulação da Saúde em Goiás
A investigação apurou que as pessoas pagavam aos operadores do sistema de regulação quantias altas para que fossem incluídas indevidamente na fila de regulação médica e “pulassem” na ordem de prioridade.
O objetivo delas era realizar cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações a serem custeados pelo serviço público de saúde, causando a sobrecarga nas vagas das unidades hospitalares, em prejuízo daqueles que de fato necessitam realizar os procedimentos médicos.
Segundo a Polícia Civil, a maioria dos casos se refere a procedimentos cirúrgicos para fins meramente estéticos, que foram em grande parte realizados no HGG (Hospital Estadual Alberto Rassi), situado no setor Oeste em Goiânia.
Hoje em Goiás, 10 mil pessoas esperam por uma cirurgia eletiva, conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Prisões e envolvidos no esquema
A Polícia Civil não divulgou os nomes dos outros 3 presos. No entanto, os investigadores afirmaram que 2 foram demitidos dos quadros do Estado de Goiás por corrupção em 2015
Segundo a PC, foram cumpridos 22 mandados de prisão temporária, de busca e apreensão e de afastamento cautelar das funções públicas em decorrência das fraudes.
Os mandados foram executados em 6 cidades: Goiânia, Goianira, Anápolis, Damolândia, São Miguel do Araguaia e Teresina de Goiás.
Ao fim do inquérito, os agentes públicos devem ser indiciados por corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.
Já os pacientes que pagaram propina responderão por corrupção ativa.
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