Leandro de Castro
“Hoje mesmo eu não tinha nem um pacotinho de açúcar para fazer um café”. Esse é o triste relato da dona Angelita Antônia, de 54 anos, mãe de uma criança com deficiência, moradora do Parque Itamaraty, em Aparecida de Goiânia, mas, que através da mão amiga do Sistema Fieg, por meio do projeto Fieg + Solidária, teve sua realidade transformada em mais uma ação social realizada pela entidade na tarde desta terça-feira, 10/10.
Além da dona Angelita, outras dezenas de famílias e crianças carentes da comunidade também foram atendidas pela iniciativa, idealizada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e que tem feito a diferença na vida de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.
O programa de responsabilidade social da instituição consiste na arrecadação e distribuição de alimentos e donativos a partir de parcerias com empresas e indústrias que abraçaram a causa e que, junto à Fieg, vêm levando esperança e dignidade para quem mais precisa.
Em mais esta edição do projeto, que chegou a uma das regiões mais necessitadas de Aparecida de Goiânia, foram entregues cerca de 100 cestas básicas, além de atividades recreativas, brincadeiras e distribuição de lanches em comemoração ao Dia das Crianças.
De acordo com a presidente da Fieg + Solidária, Thaís Santos, uma tarde especial, preparada com muito carinho para as famílias carentes do Parque Itamaraty e que é fruto das parcerias firmadas com as indústrias e entidades goianas.
“A Fieg + Solidária acontece porque temos essas importantes parcerias com indústrias e entidades e essas parcerias fazem com que os alimentos cheguem mais rápido na mesa dos mais vulneráveis, como é o caso de hoje aqui na comunidade do Itamaraty. Nós preparamos kitizinhos, lanches e brincadeiras para as crianças e trouxemos também alimentos para comemorarmos esse dia especial juntos às famílias carentes da região”, disse.
Ressaltando os resultados positivos do projeto, Thais Santos salientou ainda que a Fieg + Solidária tem reforçado as ações de responsabilidade social do setor industrial goiano.
“Às vezes a gente fica muito dentro da indústria, no chão da fábrica, e não consegue imaginar a realidade que está lá fora, mas a Fieg + Solidária deu essa visibilidade, tanto para as indústrias como para os empresários, nos mostrando que como o pouquinho que a gente faz pode fazer a diferença na vida de muitas famílias”, completou.
E foi justamente esse “pouquinho”, aliado à união de forças de pessoas que promovem o bem, que acalentou o coração da Dona Angelita, citada no início desta reportagem. Para ela, a ação da Fieg + Solidária realizada na comunidade onde reside “trouxe um pouco mais de alegria e esperança” diante de todas as dificuldades impostas pela falta de oportunidades e de melhores condições de vida.
“Aqui as pessoas são muito pobres, então quando acontece isso a gente fica muito agradecido. Eu não tenho marido, perdi um filho assassinado há um ano, tenho uma criança especial em casa e hoje mesmo não tinha nem um pacotinho de açúcar para fazer um café, mas essa ajuda traz um pouco mais de alegria e esperança para gente, o que eu posso fazer é só agradecer”, declarou.
Desigualdade e insegurança alimentar
Dona Angelita integra a lista de famílias que vivem com até R$ 105 por mês e, ao todo, em Goiás, o número de pessoas que estão nessa condição chega a 578.728.
De acordo com a base de dados do CadÚnico do primeiro semestre deste ano, 1.290.768 goianos estão cadastrados no sistema.
A inserção no CadÚnico significa que a família é beneficiada com algum programa social, como o Bolsa Família, por exemplo.
O aumento significativo de famílias que estão nessa realidade é reflexo, sobretudo, da pandemia da Covid-19. Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FVG) publicado no auge da crise sanitária, em agosto 2021, Goiás foi o quinto estado do país onde a pobreza mais cresceu, ampliando assim, também, o número de pessoas que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar.
Conforme o último relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura, o número de brasileiros em situação de insegurança alimentar aumentou em 14,6% nos últimos dois anos, proporção equivalente a aproximadamente uma em cada três pessoas no país que não conseguiram acesso à alimentação digna.
E foi justamente a partir deste contexto e destes dados preocupantes que a Fieg + Solidária foi idealizada.
Braço social da Fieg
Reforçando a necessidade e importância da iniciativa, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Sandro Mabel, destacou que o projeto nasceu da urgência e pressa de alimentar quem tem fome.
“Nós já tínhamos o teatro onde a entrada para alguns espetáculos era um 1 kg, no entanto a destinação destes donativos não era bem focada. Então, quando assumi a presidência, vi a necessidade de criarmos um programa social para ajudar quem realmente precisa e foi aí que começamos a pegar esses alimentos e distribuir em comunidades muito pobres, principalmente, em lugares com crianças e idosos”, explicou.
Ainda segundo o presidente da entidade, a criação do programa aconteceu no momento certo, pouco antes do início da pandemia da Covid-19.
“Depois de mais ou menos uns 10 dias que estávamos fazendo esse trabalho com os alimentos que arrecadávamos no teatro, surgiu a pandemia e aí começamos a ver que a fome aumentou de forma rápida. Então nós intensificamos o projeto junto aos empresários e aos industriais e com isso já estamos chegando a mil toneladas de alimentos já distribuídos. Sem dúvidas, foi Deus que nos iluminou porque quando a pandemia chegou nós já tínhamos o projeto montado. A Fieg + Solidária é um braço social dentro da Fieg, é a chama da solidariedade acesa” acrescentou Sandro Mabel.
Parceria pelo bem
Com os braços estendidos para ajudar quem precisa, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), por meio da Fieg + Solidária, Sesi e Senai, segue na rota da solidariedade de mãos dadas com parceiros que também almejam promover o bem. Uma dessas indústrias parceiras é a Milhão Ingredients, um dos maiores fornecedores de ingredientes não transgênicos do mundo.
Desde que se engajou no projeto de responsabilidade social da indústria goiana, há aproximadamente dois anos, a empresa, com sede em Goianira, faz doações permanentes de alimentos, média mensal de mil cestas básicas.
De acordo com o superintendente financeiro da companhia, Kelson Costa, uma parceria positiva e que tem gerado bons frutos na comunidade.
“Nós abraçamos essa causa, primeiro pelo nome da Fieg, uma instituição respeitada e também porque é uma questão de responsabilidade social. Junto a outros parceiros, a Fieg + Solidária vem realizando um excelente trabalho, despertando nas empresas esse movimento solidário o que tem impactado de forma positiva a comunidade, especialmente, quem mais precisa”, salientou.
E assim como a Milhão Ingredients, outras diversas empresas e indústrias goianas têm caminhado ao lado da Fieg com a missão principal de contribuir para a qualidade de vida dos mais vulneráveis, seja pela doação de alimentos, produtos de higiene e limpeza e agasalhos ou seja por outras ações de responsabilidade social.
Afinal, promover o bem está no DNA da Fieg que, há mais de 70 anos, vem contribuindo para o desenvolvimento da indústria, fomentando educação, saúde e segurança do trabalhador por meio do Sesi, Senai e IEL e atuando de forma concreta e efetiva na construção de uma sociedade produtiva, justa, solidária e com acesso a oportunidades para todos.
Discussão sobre isso post