Goiás e Vila sonham acordados
Como o nível de rivalidade e emoção do Campeonato Goiano está bem próximo do volume morto, Goiás e Vila Nova apresentaram à imprensa seus projetos para ampliação dos estádios da Serrinha e Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA). É louvável o desejo das duas diretorias em proporcionar mais conforto às suas torcidas, entretanto não poderia haver momento mais inoportuno para a discussão de gastos exorbitantes no futebol.
Exemplo do Olímpico
Independente do montante – R$ 1 milhão, R$ 10 milhões ou R$ 20 milhões – a verdade que não existe a mínima perspectiva de apoio privado ou público para a concretização dos sonhos de Goiás e Vila Nova. Os maiores rivais do futebol goiano simplesmente começariam as obras sem a menor perspectiva de conclusão. O antigo Estádio Olímpico da Avenida Paranaíba é o exemplo mais latente de projeto megalomaníaco que está para ser concluído há mais de uma década.
Serra de problemas
Já o Serra Dourada deixou de ser sinônimo de orgulho para o povo goiano e se transformou em motivo de vergonha e lamentação. O estádio sofreu sucessivas reformas paliativas, apenas para receber amistosos e jogos oficiais da seleção brasileira, e por isso carece de uma profunda reestruturação para não oferecer risco aos torcedores. O Serra Dourada da aprovação hoje é caso de interdição.
Prioridades perdidas
Você liga o rádio ou a tevê e a autoridade fala bonito: “Estamos implementando políticas públicas para garantir dignidade ao cidadão”. No jornal o discurso segue padrão semelhante: “Vamos criar uma força-tarefa para produzir rapidamente as respostas que a sociedade espera do poder público”. O mesmo modelo é seguido nas redes sociais: “Nosso principal objetivo é promover qualidade de vida aos mais necessitados #governandoparatodos”.
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Poucos se salvam
Que bom seria se as palavras pudessem atingir o nível de respeito e credibilidade que delas se espera. A realidade, de fato, aponta para o enorme descaso com saúde, educação, segurança e infraestrutura. E a expressão força-tarefa já caiu na vala comum da administração pública, afinal o esforço coletivo de órgãos e entidades para enfrentar situações alarmantes deveria ser automático. Não se trata de um comentário específico sobre governo A ou B, mas um desabafo em relação à inércia dos gestores públicos, com raras exceções.
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