Na tarde desta segunda-feira, 28, alunos do Colégio Estadual Jardim América deram “abraço” ao redor do prédio da escola para homenagear Tamires Paula de Almeida, garota de 14 anos assassinada por outro adolescente, de 13 anos, em Goiânia na semana passada. Veja no vídeo abaixo.
A diretora da escola Rosirene Dias Rosa ainda distribuiu botões de rosa brancos aos alunos: “simbolizam o amor”. Durante a entrevista ao Folha Z, ela se emocionou em vários momentos, com lágrimas aos olhos.
De acordo com Rosirene, que administra o local desde 2000, os cerca de 1200 alunos da unidade recebem acompanhamento psicológico desde que ocorreu a tragédia.
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O ocorrido
Segundo o colégio, a primeira pessoa para quem o jovem comunicou o assassinato assim que chegou à escola foi o professor César. Ele tinha arranhões nos braços e afirmava: “matei uma pessoa na escadaria do meu prédio”. Sem entender, o professor levou o garoto até a diretora.
Em sua sala, Rosirene fez com que ele se sentasse, ofereceu um copo de água e ouviu seu relato. Em uma das declarações que mais chamou a atenção, o jovem disse: “Acordei com uma vontade de matar”.
Assustada com o relato, ela foi até Residencial Pedra Branca, no Jardim América, identificou-se ao porteiro e explicou o que havia ocorrido, tendo permitida sua entrada. Acompanhada de uma funcionária da limpeza do prédio, deparou-se com o corpo de Tamires nas escadas do andar em que ela morava com a mãe.
Rosirene então ligou para o comandante do policiamento da região, major Ricardo Pereira, e também para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atestou a morte de Tamires.
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A mãe
Segundo a diretora do colégio em que vítima e autor estudavam, a mãe do adolescente passou mal assim que soube do ocorrido e foi socorrida pela mãe de Tamires, que ainda sequer sabia da morte de sua filha. Somente depois, quando soube do que se tratava, entrou em choque.
Ela segue em Pires do Rio, local onde a menina foi enterrada na última quinta-feira, 24. Em contato com um professor, disse que devolverá os livros de Tamires ao colégio e ainda pretende doar mais materiais para a instituição.
A menina
De acordo com a diretora, professores e vários colegas de turma, Tamires era “calma, educada e meiga”. Apesar de ser novata no colégio em 2017, já era representante da turma considerada a melhor entre as quatro de 9º Ano do colégio. De suas notas, mais de 80% eram máximas.
Em homenagem a ela, colegas afixaram vários cartazes com mensagens de carinho e pesar: “mais um anjo no céu”. A missa de sétimo dia em razão da morte de Tamires será celebrada às 19h30 da próxima terça-feira, 29, na Paróquia Sagrados Estigmas e Santo Expedito, no Jardim América.
O menino
Enquanto a investigação a respeitos da motivação do assassinato não é concluída, sobram relatos de que tudo foi uma surpresa para quem conhecia o adolescente. Segundo a diretora Rosirene, ele era quieto, fazia todas as atividades e mantinha notas acima da média.
O garoto, que entrou na escola em 2017, tinha poucos amigos. “Se ele sofria bullying, a escola não tinha conhecimento”, disse a diretora, ressaltando que ele nunca havia sido chamado à coordenação por mal comportamento.
Já sua família esteve na escola apenas por causa do rendimento dos irmãos, que também estudavam lá. Em relação a eles, o colégio tem dado apoio para que consigam terminar o ano letivo estudando em casa.
Após o assassinato, o adolescente foi apreendido na Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) e transferido na noite de sábado, 26, para um centro de internação.
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