Os familiares do soldado Walisson Miranda Costa, 28 anos, merecem mais respeito e consideração por parte da cúpula da Segurança Pública de Goiás.
O PM foi assassinado brutalmente há 35 dias em Aparecida de Goiânia, durante patrulhamento no Anel Viário, e até agora as investigações patinam.
A elucidação de um crime desta natureza sempre foi encarada como prioridade pelos investigadores envolvidos, mas a prateleira de respostas permanece vazia.
E o pior: cresce o burburinho entre membros das Polícias Civil e Militar de que a “orientação” é esfriar o caso perante a sociedade.
Situação assim só ocorre quando existem fortes evidências da participação de um ou mais policiais no homicídio.
Clara tentativa de utilizar o tempo como aliado para amenizar um possível constrangimento com repercussão nacional.
O ministro da Justiça Sérgio Moro estava em Goiânia na manhã daquela segunda-feira (23/09). Foi obrigado a comentar o crime ao lado governador Ronaldo Caiado e do prefeito Iris Rezende. Prometeu apuração rigorosa.
Recompensa
Cansada apenas dos elogios a Walisson – “orgulho da PM”, “guerreiro”, “destemido”, “sorridente”, “honrado”, “coração gigante” – a família ofereceu recompensa financeira – R$ 5 mil – para quem apontasse algum suspeito.
Nada aconteceu até agora. O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) argumenta que o caso é complexo e não pode ser conduzido com afobação.
Os depoimentos colhidos, as informações obtidas através do disk-denúncia e a reconstituição do crime ainda não foram suficientes para dirimir todas as dúvidas.
Enquanto isso, a mãe Anísia Francisca, três irmãs e um sobrinho de Walisson Miranda, além dos amigos e colegas de trabalho, continuam se olhando e perguntando: “O que ele fez para merecer algo assim?”
O tiro na cabeça do soldado e outro de raspão no ombro do sargento Fábio Marques ainda ecoam nos gabinetes da Secretaria de Segurança Pública.
Dois PM’s baleados e uma corporação atingida em cheio. Não existe pacto de silêncio que dure para sempre.
Assassinato do soldado Walisson completa 1 mês sem respostas
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