Um homem foi preso pela Polícia Militar após detonar artefatos explosivos em um ônibus do transporte coletivo, em Goiânia.
O veículo fazia a linha 171 (Terminal Praça A/Cruzeiro).
A ação ocorreu na manhã ensolarada do dia 28 de janeiro de 2013, na Avenida C-1, no Bairro Jardim América.
O Folha Z acompanhou a ocorrência e vai relembrar o caso com detalhes.
Túnel do Tempo: Por volta das 9h30, o telefone da redação do jornal tocou. Morador do Jardim América relatou que um homem colocou algumas bombas em um ônibus coletivo e que o trecho da Avenida C-1 estava interditado.
O repórter Guilherme Coelho foi escalado para ir até o local.
Segundo Coelho, havia movimentação intensa de policiais e bombeiros em volta do ônibus. Existia possibilidades eminentes de novas explosões dentro do veículo.
O responsável por toda essa confusão se chama Uingles Queiroz da Costa. O rapaz, na época do atentado, tinha 30 anos e era foragido do semiaberto. Segundo a Polícia Militar, ele entrou no coletivo no Terminal da Praça A.
No trajeto, de acordo com testemunhas, Uingles retirou da mochila duas bombas e as detonou através de um pavio. Os passageiros entraram em pânico. Houve muita gritaria. Cerca de 50 pessoas estavam no coletivo.
Uma nuvem de fumaça tomou conta da parte interna do ônibus. O motorista, assustado, parou o coletivo e abriu todas as portas.
Feridos foram encaminhados ao Ciams Jd América
A explosão dos artefatos feriram duas mulheres. Elas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas ao Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América.
De acordo com o relatório feito pelos militares, as mulheres apresentavam apenas ferimentos leves e intoxicação devido à fumaça inalada.
O coletivo pegou fogo. Um funcionário de uma loja de revendas de carros buscou um extintor e apagou rapidamente as chamas.
Quando a guarnição de combate ao incêndio do Corpo de Bombeiros chegou no local, o fogo já estava controlado.
Após explodir as bombas, Uingles fugiu. Ele correu sentido ao tradicional restaurante Ponto 14, localizado no cruzamento entre as avenidas C-1 e C-4.
Um motociclista que passava pelo local foi abordado pelos passageiros do coletivo, que pediram a ele que seguisse o rapaz e acionasse a polícia. Uingles não foi muito longe.
Discretamente, o motociclista acompanhou o rapaz e quando avistou uma viatura da Polícia Militar passou as coordenadas.
Uingles foi preso no final da Rua C-27, quase esquina com a C-107. Não apresentou reação na hora que foi abordado pelos policiais.
Antes de se entregar, o rapaz deixou a mochila cair e dois artefatos explosivos se espalharam pelo chão.
O local foi isolado. As bombas caseiras foram detonadas pela polícia.
Motivação
Policiais o interrogaram no local, queriam saber a motivação. Se havia mais bombas e como ele conseguiu os artefatos.
Uingles relatou à polícia que um homem queria mata-lo e que, desde então, ele andava com os artefatos, com a intenção de detoná-los caso o encontrasse novamente.
Questionado quem era esse rapaz, ele não soube explicar mais detalhes. Uingles apenas disse à polícia que o homem, que pretendia tirar sua vida, estava no ônibus e que ele tentou colocar os dispositivos perto dele antes de detoná-los.
Uingles confessou ainda que havia mais bombas caseiras em sua casa. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) – à época Companhia de Operações Especiais (COE) – foram até a residência de Uingles, em Aparecida de Goiânia, e encontraram mais 3 bombas caseiras e materiais para fabricação.
De acordo com a Polícia Militar, o jovem afirmou que aprendeu a fazer os artefatos explosivos estudando na internet.
O delegado responsável por atender a ocorrência, Carlos Eduardo Chaves Gallieta, salientou naquele tempo que o rapaz aparentava ter problemas mentais e que só uma perícia poderia afirmar.
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