Joaquim no “Goiás das maravilhas”
Depois de um longo – e forçado – distanciamento dos microfones, o secretário de Segurança Pública Joaquim Mesquita reapareceu para polemizar novamente. Ao repórter Cleomar Almeida, do jornal O Popular, ousou afirmar que “Goiás tem o segundo melhor desempenho na governança de segurança no país”. Avaliação, segundo ele, do Tribunal de Contas da União (TCU). Joaquim estufou o peito e, impávido, deu nota 7,5 a 8,0 para o combate à criminalidade no estado.
Otimismo às avessas
Impossível sorrir quando o assunto é sério e envolve milhares de famílias, vítimas do crescimento da violência em Goiás. Joaquim Mesquita tentou vender um clima de otimismo na área, sempre com números na ponta da língua, para contrapor as informações de que sua cabeça já estaria na bandeja, aguardando apenas o retorno do governador Marconi Perillo de viagem internacional.
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Discurso manco
O secretário não é o único culpado pelo quadro atual, longe disso, mas a sua frieza irrita os assessores governistas. Nada comove ou causa indignação em Mesquita. E o seu autocontrole lhe dificulta perceber a enorme contradição entre admitir o déficit de policiais, consequentemente a necessidade de concurso público, e ao mesmo tempo alardear a ampliação do gasto com segurança pública, superando até mesmo a área da saúde. Resumindo: o dinheiro existe, mas está sendo aplicado basicamente em altos salários. Não existe milagre, em qualquer atividade, sem a turma que “carrega o piano”.
De 0 a 10
Aproveitando o exemplo de modéstia e sinceridade de Joaquim Mesquita ao avaliar o próprio desempenho à frente da Secretaria de Segurança Pública, pergunto qual seria a sua nota para os seguintes serviços:
– plano de drenagem urbana nos grandes, médios e pequenos municípios?
– trabalho dos governantes no combate ao mosquito Aedes aegypti, somando limpeza das áreas públicas e disponibilidade de médicos nas unidades de saúde?
– qualidade da pavimentação asfáltica nas estradas federais, estaduais e municipais em todo Brasil, o país da operação tapa-buraco?
– destinação dos resíduos sólidos nas cidades com mais de 100 mil habitantes?
A ficha não caiu
Alguém precisa avisar ao atacante Wendell Lira, do Vila Nova, que a cobrança por resultado é proporcional à visibilidade alcançada ao longo do carreira profissional. Já passou da hora de o jogador entrar no espírito do campeonato goiano, a única realidade que lhe resta no momento. Caso contrário, melhor pedir pra sair. Como seria bom se a vida fosse feita somente de prêmios e bajulações. O Wendell Lira “maior que Messi” ficou no passado.
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