Sociedade reage com as armas que têm
Se já não bastasse a overdose diária de notícias sobre o serial killer Tiago Gomes da Rocha, reaparece o falso lunático Carlos Eduardo Nunes, o Cadu, para debochar da opinião pública. Ninguém merece dormir e acordar bombardeado pelas imagens de dois bandidos, da mais alta periculosidade, tirando sarro da Justiça, dos familiares das vítimas e das pessoas de bem que acompanham os casos.
Mais cedo ou mais tarde acaba sobrando pra alguém. O “escolhido” na manhã de hoje foi um desconhecido assaltante que, por muito pouco, escapou de ser linchado por motociclistas na avenida T-9, esquina com a rua C-107, no Jardim América. Portando uma faca, ele se deu mal ao tentar roubar duas pessoas que estavam numa moto. Delito que nem de longe se compara às atrocidades cometidas pelos assassinos confessos Tiago e Cadu, mas vai explicar isso para cidadãos cada vez mais revoltados com a impunidade e o sarcasmo da bandidagem.
Papéis invertidos
Muito machucado, o meliante sobreviveu graças a um policial aposentado que impediu o linchamento. Motociclistas e pedestres não desferiram pontapés e atiraram pedras e paus pensando apenas no desconhecido da vez. No subconsciente dos agressores havia imagens de incontáveis casos de violência e injustiça relatados diariamente na imprensa, nas redes sociais, no ponto de ônibus ou no mercado da esquina. Tiago e Cadu, por assim dizer, representam tão-somente o ápice da marginalidade, candidatos ao Oscar do Crime pela exposição e o assédio.
Assédio, aliás, que proporcionou visibilidade à nova namorada de Cadu, com direito a declaração de amor e gesto em forma de coração. Com o serial killer também não é diferente. A lista de pretendentes se assemelha a fila de desempregados. Um gaiato qualquer poderia perguntar: com esses exemplos você quer dizer que o crime compensa? Jamais chegaria a tanto, até porque realmente não compensa. Agora o que não falta é maluco disposto a tudo para conquistar alguns minutos de fama. E para isso basta o empurrão entusiasmado da mídia. A sociedade, bem ao seu estilo, tenta equilibrar o jogo com as armas que lhe restam: pontapés, paus e pedras.
Rotina americana
Tragédia envolvendo hoje três jornalistas nos Estados Unidos – Alison Parker, Adam Ward e Vester Flanigan – repetiu os mesmos ingredientes explosivos que tantas mortes já provocaram no país: racismo, intolerância e arma de fogo. O único fato novo, infelizmente, foi a transmissão ao vivo dos tiros efetuados por Vester contra Alison e Adam.
Poderosa
A senadora Lúcia Vânia, agora no PSB, chegou hoje com pompa e circunstância no novo partido. Deu grande demonstração de prestígio político ao lotar as dependências do auditório da Câmara Municipal com governadores e outras lideranças de peso. Gostem ou não os aliados de Vanderlan Cardoso, Lúcia está com a faca e o queijo na mão para estabelecer as diretrizes do PSB em Goiás.
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