PhD em crise
O radicalismo de uma ala do Partido dos Trabalhadores proporcionou a oportunidade que o governador Marconi Perillo (PSDB) necessitava pra roubar a cena durante visita da presidente Dilma Rousseff (PT) em Goiânia. A estratégia de vaiá-lo no Paço Municipal, como já acontecera em Anápolis, terra de Antônio Gomide (PT), voltou a revelar o amadorismo da oposição no enfrentamento ao líder governista. Para quem sobreviveu ao caso Carlos Cachoeira, a provocação não passou de cócega na barriga.
Camaleão
Marconi aproveitou a deselegância para fazer barba, cabelo e bigode no salão político: assumiu papel de vítima, defendeu Dilma e caprichou nos elogios a todos os presentes. Desagradou uma parcela dos aliados tucanos, mas fez o seu comercial com grande repercussão na imprensa nacional e redes sociais. Nem mesmo a comparação com outro discurso mais duro em relação à presidente, feito em São Paulo, causou-lhe aborrecimento. “Foram momentos distintos”, respondeu.
Dança das siglas
A postura “independente” de Marconi, contudo, pode estar atrelada ao convite do presidente do PSD, Gilberto Kassab, para que ele se candidate à presidência da República pelo seu partido. O governador goiano não está disposto a esperar na fila tucana para ter a sua oportunidade. Lembrando que a senadora Lúcia Vânia, também do PSDB, está com praticamente tudo definido para se filiar ao PSB.
Fora de controle
Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) é reconhecido por suas posições firmes, homem público de atitude, mas tem exagerado na contundência das declarações e postagens nas redes sociais. É salutar e democrático o seu direito de divergir de Dilma e Marconi, agora em nada contribui com o debate político o baixo nível das críticas. Em certos momentos Caiado deixa transparecer um ódio no olhar, assustando até mesmo os seus eleitores.
Prazer, sou o Eduardo!
O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começou por Curitiba o plano de nacionalizar a sua imagem como contraponto a Dilma. Comandando o projeto Câmara Itinerante pretende percorrer todas as unidades da federação com a manjada justificativa de aproximar a pauta do Legislativo das principais demandas da população.
Meu nome é pronto
Enquanto isso, como quem não quer nada, Eduardo Cunha aproveita para emitir suas opiniões em longas entrevistas. Ao jornal Gazeta do Povo (PR), reiterou ser contra o impeachment de Dilma. “Quem votou e se arrependeu tem que esperar quatro anos para mudar de presidente”. Cunha defendeu o nome de Eduardo Paes (prefeito do Rio de Janeiro) como candidato do PMDB em 2018, mas também não descartou a possibilidade de “aceitar o desafio”.
Fornada
E por falar em fila para 2018, a lista de interessados no Palácio no Planalto não para de crescer. Lula e Jaques Wagner no PT; Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e Marconi Perillo no PSDB; Michel Temer, Eduardo Paes e Eduardo Cunha no PMDB; Ronaldo Caiado no DEM; e Cid Gomes no PROS. Eleitoralmente viáveis ou não, o que importa para eles é o holofote.
Isso é Brasil
Pra fechar a semana, uma reflexão: a importância dada a um beijo gay em novela supera o debate sobre a ausência dos pais na educação dos filhos e é maior do que discutir a influência do dinheiro no dia-a-dia das instituições religiosas. Hipocrisia da grossa!
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