► José Eliton tem a incumbência de reoxigenar a tropa policial, que anda desmotivada, principalmente pelo enorme descompasso entre os salários pagos aos oficiais graduados em comparação com cabos e soldados – oscilação de R$ 4 mil a R$ 20 mil
► O ex-braço direito do senador Ronaldo Caiado (DEM) assume comando da Segurança Pública com única missão de fazer a diferença para se cacifar em 2018
► Entenda por que ele é conhecido como o coringa do governo Marconi
Sem muitas opções, o governador Marconi Perillo decidiu apostar todas as fichas no seu vice, José Eliton, para tentar reverter o desgaste provocado pelos crescentes índices de violência no seu quarto mandato em Goiás. E a tarefa não será nada fácil. O amplo déficit no efetivo das Polícias Civil e Militar, somado à desmotivação dos agentes de segurança no patrulhamento das ruas, transformam o desafio em divisor de águas para amenizar o desgaste acumulado nos dois últimos anos.
Ano da segurança
Com o ex-secretário Joaquim Mesquita no comando da pasta, Marconi Perillo elegeu 2014 e 2015 como anos da segurança pública em Goiás. A estratégia ajudou na reeleição do tucano e também na definição de uma prioridade administrativa sintonizada com os anseios da população. “A falta de recursos e o número insuficiente de policiais impediram qualquer tipo de avanço na área”, reconhece um tenente-coronel que pediu para não revelar o nome. Ele ainda admitiu enorme descompasso entre os salários pagos aos oficiais graduados em comparação com cabos e soldados – oscilação de R$ 4 mil a R$ 20 mil.
Sem motivação e planejamento, o governo amargou seguidos aumentos no número de homicídios, tentativa de homicídios, roubo a veículos e residências. Marconi e Mesquita contestaram ao máximo os dados negativos, mas os 20 policiais baleados em confrontos com bandidos e o latrocínio da estudante Nathália Zucatelli jogaram por terra os frágeis argumentos. “Faltava apenas um caso de forte comoção popular para os governantes enxergarem o nosso sofrimento diário”, desabafou o comerciante João Alves Miranda, 57 anos, morador do Setor Universitário e vítima dos bandidos em três oportunidades nos últimos quatro meses.
Coringa
Essa é a realidade que aguarda José Eliton, apelidado de coringa no governo por já ter revezado a vice governadoria com os comandos da Celg, Desenvolvimento Econômico e agora Segurança Pública. “Sei da imensa responsabilidade e vou fazer de tudo para corresponder à missão que o governador depositou em minhas mãos”, ressaltou Eliton. Ele não admite abertamente, mas é público e notório que um bom desempenho na nova pasta irá qualificá-lo eleitoralmente para a sucessão estadual de 2018. Caso contrário, suas pretensões ficariam comprometidas.
Inexpressivo
O vice José Eliton é uma incógnita administrativa. Considerado leal e determinado pelo governador, ainda sofre com a desconfiança de assessores mais próximos por não ter deixado a sua marca pessoal em cinco anos de governo. O grande desafio do advogado, ex-braço direito do senador Ronaldo Caiado, é provar que tem pulso e determinação suficientes para virar o jogo na segurança pública. Se não arregaçar as mangas e apresentar resultados satisfatórios em pouco tempo, José Eliton será lembrado apenas como vice decorativo, símbolo de um fracasso retumbante.
Discussão sobre isso post