Patrícia Lelis foi indiciada pela Polícia Civil (PC) de São Paulo (SP) por denunciação caluniosa e extorsão no caso em que ela acusa um assessor do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de sequestro e cárcere privado.
Em outro inquérito que corre em Brasília, a estudante de jornalismo de 22 anos acusa Feliciano de tentativa de estupro e agressão. Ao anunciar o indiciamento, na quinta-feira, 18, o delegado titular da 3ª Delegacia de Polícia, Luís Roberto Hellmeister, responsável pela investigação, afirmou que vai pedir a prisão preventiva da jovem.
Segundo a PC, além da suspeita de denunciação caluniosa e extorsão, Patrícia é investigada por ameaça depois de aparecer em numa gravação, obtida pela polícia, ordenando que Talma Bauer matasse um amigo dela. O assessor, que é chefe de gabinete de Feliciano, também é policial civil aposentado, e se recusou a obedecer Patrícia.
De acordo com o delegado, Bauer disse que que pagou R$ 20 mil a um amigo de Patrícia Lelis para que, em troca, ela parasse de acusar o deputado de ter tentado estuprá-la em Brasília. Essa versão foi confirmada à polícia pelo rapaz
que recebeu o dinheiro.
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Reviravolta
Diante do inquérito, a defesa de Patrícia pediu cinco dias para a moça fazer um aditamento do depoimento que prestou no último dia 5. Na ocasião, a jovem afirmou à polícia que estava sendo mantida sob coação e ameaça pelo chefe de gabinete de Feliciano na semana em que esteve em São Paulo – entre 30 de julho e 5 de agosto –, porque pretendia denunciar o deputado do PSC.
No depoimento, Patrícia disse que Bauer, armado, a obrigou a gravar e publicar dois vídeos em que ela negava as acusações contra o deputado. Ainda de acordo com ela, Feliciano também lhe fez uma ameaça direta de morte. “Tendo Bauer passado o telefone dele para a declarante, através do qual Marco Feliciano disse que, se a declarante não gravasse um novo vídeo de melhor qualidade, mandaria Bauer lhe matar”, consta no depoimento.
Coação
A universitária brasiliense afirmou ainda que o assessor parlamentar a obrigou a informar a senha de suas redes sociais, por onde passou a monitorá-la e se passar por ela, respondendo a questionamentos de amigos que perguntavam por sua integridade física.
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Logo depois do depoimento de Patrícia, ainda no dia 5, Hellmeister chegou a cogitar a prisão temporária de Bauer, mas voltou atrás após ouvir novas testemunhas e obter provas que descaracterizavam a situação de sequestro. Entre elas está um vídeo em que Patrícia e o assessor de Feliciano aparecem negociando o pagamento de R$ 50 mil pelo silêncio da jovem.
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