Por volta da meia noite do dia 12 de dezembro de 2012, um grupo formado por cinco homens chega ao Koyote Bar, ambiente muito frequentado pelas comunidades do Jardim América e Bueno. Na portaria, o grupo, bem vestido, pede desconto para entrar. O proprietário Carlos Francisco, católico e devoto de Nossa Senhora, concede o desconto.
O grupo entra. Fica próximo ao banheiro. Minutos depois, segundo testemunhas, os rapazes começam a incomodar as moças que vão ao toalete. Um deles chega a passar a mão na bunda de uma mulher, que reclama para o segurança do estabelecimento. Carlos Francisco chama atenção do grupo e pede respeito às mulheres.
Os rapazes consomem bebidas caras. Esbanjam poder e dão em cima da mulherada. Na hora de ir embora do Koyote Bar tentam sair sem pagar a conta no total de R$ 417, de acordo com o proprietário. Seguranças do estabelcimento barram o grupo.
Reclamação
Integrantes do grupo começam a discutir entre si. Eles se exaltam e reclamam do valor da conta. No final apresentam apenas R$ 250. Carlos Francisco questiona o valor, reclama. Clientes do Koyote Bar reparam o que acontece. O grupo ameaça aprontar confusão. Para evitar transtornos o proprietário do bar aceita os R$ 250 e deseja a eles que vão embora com Deus.
O grupo sai. Embarca em uma L 200 Triton branca e em um Golf preto. Meia hora depois, três rapazes do grupo voltam ao bar. Um deles está armado com uma pistola 9 milímetros. Sem mais sem menos efetua vários disparos contra um dos seguranças do estabelecimento. Dois conseguem fugir, inclusive o atirador, que se chamaria Iuri. Um acaba pego pelos seguranças.
Familiares e amigos das vítimas, revoltados com o que ocorreu, começam a espancar o homem. Chutes e capacetadas são desferidos. Temendo pela vida do rapaz Carlos Francisco e amigos impedem que o espaçamento continue. Enquanto isso, eles aguardam a viatura da Polícia Militar (PM).
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Disparos
No momento da tentativa de homicídio ao menos 450 pessoas estavam no bar. Segundo a Polícia Civil, 15 tiros foram disparados. Quatro pessoas ficaram feridas. Dois seguranças do bar e duas clientes. Todos já estão em casa e passam bem. O proprietário do Koyote deu toda assistência necessária às vítimas.
Em entrevista exclusiva ao Folha Z, Carlos Francisco disse que nunca passou por uma situação como esta. “Tinha visto algo assim apenas em filme. Agradeço muito a Deus por não ter acontecido uma tragédia. Meu amor, desde pequeno pela Nossa Senhora, salvou muitas vidas em meu estabelecimento. Estou grato a ela e a Deus”, declara o empresário emocionado.
Para a Polícia Militar o fato ocorreu porque o grupo não gostou como foi tratado pelos seguranças do bar na hora da saída. Testemunhas afirmaram que os rapazes foram expulsos do Koyote. Segundo o delegado titular do 7º Distrito Policial de Goiânia (7º DP), Eli José de Oliveira, os suspeitos serão indiciados por prática de crime de tentativa de homicídio. Ainda de acordo com o delegado, graças a um milagre muita gente não morreu no bar. Os suspeitos já foram identificados, mas a polícia prefere não revelar nomes.
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